Por que crianças autistas são sensíveis ao barulho dos fogos de artifício? Como ajudar?
Entre as bandeirinhas e fogueiras típicas das festas juninas, algo pode afetar a sensibilidade das crianças autistas: os fogos de artifício. Isso acontece porque a iluminação e o som intenso causado pela explosão desses artefatos podem provocar sensações desagradáveis, tanto no corpo como na mente dos pequenos. Mas, afinal, por que crianças autistas são tão sensíveis ao barulho dos fogos de artifício? Confira a seguir.
Por que os fogos de artifício afetam as crianças autistas?
Segundo a psicóloga e neuropsicopedagoga Márcia Karine Monteiro, as crianças autistas apresentam algumas particularidades que, em determinadas épocas do ano, precisam de observação. “As festas juninas são um exemplo, pois o cenário vivenciado é diferente do habitual. As celebrações contam com muitos barulhos e ainda há fogos de artifício”, ressalta.
Algumas pessoas com TEA sofrem com a hipersensibilidade. Ou seja, elas têm dificuldade de controlar a quantidade de estímulos que tentam processar ao mesmo tempo. Dessa forma, quando expostas ao barulho e luzes dos fogos, tudo se torna ainda mais intenso, sobrecarregando seus sistemas sensoriais. Por isso, é recomendado que as famílias façam esforços para que os pequenos possam aproveitar a festa junina sem sofrer com os desconfortos e desagrados provocados pelo forte som e pela iluminação intensa.
Veja também: Alimentação para autistas: como driblar a seletividade
Como ajudar?
Existem maneiras simples de minimizar os impactos desses estímulos para deixar as comemorações mais acessíveis para as crianças autistas, possibilitando que elas aproveitem a festa. Algumas alternativas são: camuflagem de ruídos, guias sensoriais ou audioguia. Todos eles podem reduzir o impacto da hipersensibilidade através de fones de ouvido abafadores. Além disso, confira algumas técnicas que podem contribuir com esse momento:
- Chegue à festa com antecedência para que a criança vá se acostumando com o ambiente aos poucos.
- Invista em roupas confortáveis e que não impeçam a movimentação da criança.
- Faça algumas pausas durante a festa para evitar o excesso de estímulo. Nesses momentos, procure um lugar calmo e tranquilo para a criança relaxar antes de voltar à festa.
- Respeite os limites do pequeno e evite festas muito longas.
Por fim, é importante que a criança tenha acompanhamento terapêutico para auxiliá-la na adequação diante dos desafios do dia a dia, trabalhando com o som, os possíveis acontecimentos e os medos para que o impacto seja menor quando a situação de estresse for vivenciada.
“Cada criança reage de uma maneira, de acordo com seu nível de suporte (grau do autismo). A conscientização da sociedade é necessária, bem como o respeito pelas crianças também”, explica Márcia.
Fonte: Márcia Karine, psicóloga, neuropsicopedagoga e coordenadora do curso de Psicologia do UNINASSAU Paulista.