Fibrose no fígado é novo sintoma da Covid longa, segundo estudo
Muitas pessoas que contraíram Covid-19 tiveram sintomas prolongados, mesmo após o período de infecção. Dores de cabeça, lapsos de memória, fadiga, cansaço são alguns dos desconfortos que indivíduos podem sentir por meses e até um ano depois do quadro. Além disso, diversos estudos relacionaram o risco da Covid longa a outras complicações. A mais recente é a fibrose no fígado, condição que enrijece o tecido do órgão.
É o que sugerem pesquisadores dos Estados Unidos, que apresentaram as conclusões no congresso da Radiological Society of North America. Para o estudo, os cientistas dividiram 131 participantes em três grupos: um com pessoas que tiveram Covid-19, enquanto os outros dois eram apenas de controle. Ou seja, sem histórico da doença.
Durante o acompanhamento, todos se submeteram a um exame de ultrassom específico para avaliar a espessura do fígado em casos ou suspeitas de fibrose hepática.
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Fibrose no fígado preocupa cientistas sobre agravamento
Depois do exame, os pesquisadores avaliaram que o grupo dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentaram rigidez média de 7.68 kPa. Em outras palavras, estão com o índice acima do aceitável para o órgão. Em contrapartida, os indivíduos que nunca contraíram o vírus se enquadraram nos parâmetros normais.
Dessa forma, concluíram que a condição é um sintoma da Covid longa, que pode se manifestar em alguns pacientes — embora não saibam quais os fatores de risco para tal.
No entanto, o que realmente intrigam os pesquisadores é se a lesão no fígado pode evoluir para enfermidades graves, como câncer ou insuficiência hepática. De forma geral, quando a fibrose no fígado se manifesta por outras causas, existe uma forte tendência a complicações. Agora, os cientistas seguirão o monitoramento dos voluntários a fim de verificar os desdobramentos da fibrose.
Vacina continua sendo a principal forma de prevenção
O Brasil está enfrentando uma nova alta de casos de Covid-19, o que acende o alerta para redobrar os cuidados contra a doença. Estudos apontam que pessoas com o esquema vacinal completo são menos propensas aos efeitos da Covid longa. Sobretudo os grupos de risco — indivíduos com comorbidades ou imunossuprimidos, crianças e idosos precisam de atenção especial e se vacinarem.
Atualmente, o sistema de saúde oferece as vacinas monovalentes, que ainda não protegem contra as variantes em circulação. Mas, a recomendação é receber as doses de reforço com os imunizantes disponíveis, pois continuam sendo eficazes para evitar a transmissão e o agravamento da infecção.