Exercício pode causar AVC, como ocorreu com árbitro francês?

Nesta semana, o árbitro francês Johan Hamel morreu após sofrer um AVC durante um treino, segundo apuração do jornal L’Equipe. O fato mobilizou o futebol francês, que prestou diversas homenagens a Hamel, que tinha apenas 42 anos. A idade precoce chama a atenção e pode preocupar: afinal, o exercício pode causar AVC em pessoas tão jovens como o árbitro?

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Exercício e AVC: qual a relação?

O AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido como derrame, consiste na alteração brusca do fluxo de sangue do cérebro. Como resultado, o sangue não consegue irrigar para todo o encéfalo, parte que integra cérebro, tronco encefálico e cerebelo. Sem oxigênio para funcionar corretamente, o encéfalo sofre lesões, que podem ser de leves a mortais.

A princípio, o AVC ocorre sob duas circunstâncias: a primeira pode envolver um coágulo ou estreitamento das vias arteriais ou venosas que ficam obstruídas. condição chamada de AVC isquêmico. Já o hemorrágico se dá pelo rompimento de um vaso sanguíneo do cérebro.

Dito isso, vem a pergunta: o exercício pode causar um AVC? A resposta é sim, mas não é só isso. De forma geral, o derrame é consequência do aumento da pressão arterial, que pode subir mais do que a capacidade individual devido ao esforço intenso e a outros fatores.

Por exemplo, estresse intenso, histórico de saúde (obesidade, diabetes, hipertensão…), estilo de vida e predisposição genética. Tudo isso pode contribuir para a situação que, no caso de Hamel, lhe causou a morte precoce.

Apesar disso, a maioria dos acidentes vasculares cerebrais atinge indivíduos idosos; em jovens, o quadro se manifesta principalmente se há doenças ou malformações prévias, muitas vezes desconhecidas pela vítima.

Cuidados para prevenir o AVC

De acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil será o país com maior número de casos de morte por doenças cardiovasculares em 2040. Dessa forma, a prevenção é a principal aliada para evitar diversas enfermidades, assim como o derrame. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia revelam, por exemplo, que a ingestão de frutas e legumes diariamente reduz em aproximadamente 20% a mortalidade da doença.

Para prevenir o derrame, deve-se manter uma vida saudável, incluindo uma alimentação saudável, consumo de água, prática regular de atividade física, evitar vícios como cigarro, bebida e drogas, além de controlar o peso. Em conjunto, tais hábitos reduzem as chances de doenças como pressão alta, diabetes e colesterol alto, que são fatores de risco para o AVC.

Exames preventivos também são essenciais, pois muitas doenças são silenciosas em um primeiro momento, sendo descobertas somente após um episódio de derrame. O check-up é igualmente válido para quem é fisicamente ativo para controlar frequência cardíaca e monitorar possíveis distúrbios cardiovasculares.

Sintomas do AVC durante o exercício e em outras situações

• Perda de força, formigamento ou dormência em rosto, braço ou perna de apenas um lado do corpo.
• Dificuldade para falar e compreender o que estão dizendo.
• Alterações na visão.
• Tontura sem causa aparente, que afeta a coordenação ou o equilíbrio.
• Dor de cabeça muito forte e que não desaparece.
• Dificuldade para engolir.
• Confusão mental.

Afinal, como saber se uma pessoa está tendo um AVC?

Além dos sintomas acima, existe um teste simples chamado SAMU:

Peça para a pessoa sorrir: em casos de derrame, a boca costuma “entortar” com o sorriso.

Abrace: enquanto abraça, o indivíduo tem dificuldade para levantar um dos braços.

Peça para cantar um trecho de música: se a fala ficar embolada ou com as frases sem contexto, é outro sinal da condição.

Por fim, se acontecerem todos os cenários acima, chame imediatamente uma ambulância ou vá ao socorro médico.