Exame para Parkinson: estudo avalia solução para diagnóstico precoce
A doença de Parkinson, assim como de Alzheimer, ainda não tem cura. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1% da população mundial conviva com a condição. Apenas no Brasil, são 200 mil pessoas. Apesar disso, a ciência continua debruçada sobre o modus operandi da enfermidade neurodegenerativa. Agora, a aposta é desenvolver um exame que detecta a doença de Parkinson precocemente, com uso de inteligência artificial.
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Qual a expectativa dos pesquisadores para o exame que identifica o Parkinson?
O diagnóstico precoce para a doença de Parkinson pode melhorar a qualidade de vida do paciente. Afinal, o tratamento consegue atrasar a evolução da doença, cujo um dos sintomas são os tremores involuntários do corpo, sobretudo as mãos.
Para encurtar a jornada de detecção, cientistas da Universidade de Tecnologia de Kaunas, da Lituânia, estão criando um meio de descobrir a doença de Parkinson por meio de um exame de fala.
Isso porque a alteração na linguagem verbal é um dos primeiros sinais da doença. Dentre os aspectos da fala, o método de inteligência artificial propõe analisar fatores como tom de voz, expressão e dicção, que são prejudicados no processo.
Nesse sentido, os autores do estudo estão avaliando amostras de fala de 104 voluntários — 61 deles possuem Parkinson — e os demais não apresentam indícios da doença. Para captar o som, os participantes gravaram a voz em uma cabine acústica. Com o auxílio da inteligência artificial que utiliza um algoritmo, foi possível analisar o material.
Todavia, a pesquisa ainda está em desenvolvimento, sem previsão de incluir a solução no rol de diagnóstico da doença.
“Nossos resultados, têm um potencial científico muito alto. Claro, ainda há um longo e desafiador caminho a percorrer antes que ele possa ser aplicado na prática clínica diária “, diz Rytis Maskeliūnas, um dos autores da pesquisa.
Atualmente, a descoberta do quadro não possui exames específicos. Apenas avaliação clínica, que observa os sintomas característicos, e testes neurológicos.
É possível prevenir a doença de Parkinson?
A ciência ainda não sabe quais fatores de risco podem favorecer a enfermidade. Entretanto, a idade é um ponto de atenção — a maioria dos pacientes possuem 65 anos ou mais. Portanto, a chave pode estar no processo de envelhecimento, mas resta saber o “como”.
O grande desafio para se curar a doença está na própria genética humana. Afinal, no cérebro, ao contrário do restante do organismo, as células não se renovam. Por isso, não há o que fazer diante da morte das células produtoras da dopamina na substância negra.
A grande arma da medicina para combater o Parkinson são os medicamentos e, em alguns casos, a cirurgia, além da fisioterapia e a terapia ocupacional.