Estenose hipertrófica do piloro: diagnóstico e tratamento
A estenose hipertrófica do piloro (EHP) é uma doença que acomete o estômago de recém-nascidos, podendo causar obstrução quase completa do canal gástrico. Normalmente, os sintomas iniciam-se na terceira semana de vida do bebê, mas também podem ocorrer mais tardiamente no prematuro. Além disso, meninos são mais frequentemente afetados com a doença do que meninas.
Embora ainda não se saiba qual é a causa, estudos mostram que há probabilidade de ser genética, uma vez que gêmeos monozigóticos apresentam risco maior. Mulheres que fumam durante a gravidez também possuem risco de os seus bebês nascerem com a doença. Conforme a doença vai evoluindo, as crianças não ganham peso e ficam desnutridas e desidratadas. Assim, saiba como é feito o diagnóstico e o tratamento da doença.
Estenose hipertrófica do piloro: principal sintoma
O vômito em jato é o principal sintoma de EHP, que geralmente ocorre após a amamentação. Costuma ocorrer entre a 3ª e 6ª semana de vida do recém-nascido.
Segundo a cirurgiã pediátrica Natália Pagan, inicialmente a doença assemelha-se ao refluxo próprio do bebê, mas com a progressão da hipertrofia do piloro, os vômitos tornam-se mais frequentes, em todas as mamadas. Dessa forma, o bebê começa a demonstrar muito apetite e desidratação.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de estenose hipertrófica do piloro é feito pelo pediatra através de exame físico ao analisar o quadro clínico de desidratação e perda de peso. “Pode ser confirmada pela palpação de uma tumoração abdominal, ou seja, a oliva pilórica presente em cerca de 70 a 80% dos pacientes com a doença.”
Solicita-se a ultrassonografia abdominal para visualizar essa oliva e, por fim, fechar o diagnóstico. Os parâmetros normais são:
- Espessura pilórica < 3 mm;
- Diâmetro do piloro < 14 mm;
- Comprimento do canal pilórico < 16 mm.
Se o exame de imagem mostrar parâmetros maiores de estes acima, é possível que seja EHP. Após confirmação do diagnóstico, deve-se acionar o cirurgião pediátrico para realizar o tratamento.
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Tratamento
A primeira coisa a ser feita é estabilizar a desidratação e o desequilíbrio eletrolítico do bebê. Logo em seguida o tratamento é cirúrgico, o mais breve possível após compensação clínica, podendo ser feita por uma incisão abdominal ou por vídeo-cirurgia.
Os bebês ficam internados após a cirurgia e a alta acontece após avaliação médica da alimentação e todos os sinais vitais.
“Após a cirurgia, o bebê pode ainda ter alguns episódios de vômitos, mas a alimentação logo volta ao normal”, ressalta a especialista.
Quando a estenose hipertrófica do piloro não é detectada e tratada, pode levar a algumas complicações além da desidratação, como atraso no crescimento e desenvolvimento da criança, dor na parte superior do abdome e icterícia.
Fonte: Natália Pereira Lima Pagan, cirurgiã pediátrica do Hospital Infantil Sabará. CRM/SP: 85.698.