Escoliose idiopática: o que é e como tratar
Segundo dados da Organização mundial de saúde – OMS, 6 milhões de brasileiros têm curvatura acentuada na coluna vertebral. No entanto, quando se fala de escoliose idiopática em crianças o número chega a 50 milhões mundo. Popularmente chamado de “coluna torta”, a escoliose tende a surgir na adolescência, na fase de puberdade, e é mais comum em adolescentes do sexo feminino. Continue lendo e entenda!
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Escoliose Idiopática
A escoliose é um distúrbio bastante comum caracterizado pela curvatura lateral da coluna. Assim, essa condição pode estar presente desde o nascimento e também na infância. Porém, na maioria dos casos, o distúrbio se desenvolve na adolescência, entre 10 e 18 anos de idade.
De acordo com o médico neurocirurgião, Dr. Felipe Mourão, a escoliose idiopática tem maior incidência em meninas e, apesar de não causar dor ou incapacidade, a condição precisa de intervenção para não progredir.
O que causa escoliose?
A escoliose idiopática do adolescente é o tipo mais comum na população, porém ainda não apresenta uma causa conhecida para sua origem, aponta o médico neurocirurgião, Dr. Felipe Mourão. Porém, já se sabe que outros tipos de escoliose têm origens já conhecidas, veja a seguir:
- Congênita: acompanha o indivíduo desde o nascimento e ocorre devido a má formação da própria vértebra.
- Neuromuscular: causada por distúrbios do cérebro, medula espinhal e sistema muscular.
- Degenerativa: está relacionada ao encurtamento da musculatura paravertebral, tabagismo, herança genética, obesidade e desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
Principais sintomas
De acordo com o Dr. Felipe Mourão, a forma mais fácil de identificar a escoliose é perceber o desalinhamento dos ombros ou do quadril (cintura). Dessa forma, o médico ressalta que os pais, cuidadores e até mesmo a própria pessoa consegue identificar a alteração na coluna. Além disso, outros sintomas podem ajudar a confirmar o diagnóstico, confira a seguir:
- Dores musculares;
- Diferença no comprimento das pernas e assimetria do tórax;
- Cansaço na região lombar;
- Ombros desalinhados;
- Roupas que não se alinham corretamente;
O neurocirurgião explica que em outros casos, a acentuação da curvatura lateral da coluna não causa dor. Por isso, em alguns pacientes o diagnóstico acaba sendo tardio, com curvas mais avançadas. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para crianças e adolescentes.
Tratamento da escoliose idiopática
O diagnóstico é confirmado através do exame físico em que o médico pode avaliar o dorso e a altura dos ombros e quadril, assim como com exames de imagem principalmente radiografias panorâmicas da coluna vertebral, perfil e com inclinações laterais e a medida do ângulo da coluna, completa o neurocirurgião.
Dessa forma, geralmente o médico solicita uma radiografia panorâmica da coluna vertebral e avaliação do ângulo, que é uma técnica para medir a deformidade da coluna vertebral. Já em crianças a avaliação é feita e a classificação de Risser é usada para classificar a maturidade esquelética.
“Outro ponto fundamental é a definição da maturação óssea do esqueleto também medida através da radiografia do punho ou bacia em que avaliamos o índice de Risser. Portanto, nesta avaliação é possível identificar a capacidade de progressão da curvatura. Somente após avaliação da curvatura da maturação do esqueleto o tratamento poderá ser definido”, complementa o neurocirurgião.
Tipos de tratamento:
- Conservador: O tratamento pode ser feito de forma conservadora através de fisioterapia e uso do colete dependendo do grau de curvatura da escoliose.
- Cirúrgico: Dependendo da progressão da curva, o médico pode indicar o tratamento cirúrgico. Assim, cirurgias de correção são feitas em situações de curvas elevadas, aquelas superiores a 40 graus ou em progressão apesar do tratamento conservador.
Por fim, o pós-operatório é variável e depende da extensão da cirurgia.
Fonte: Dr. Felipe Mourão, médico neurocirurgião e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.