Endorfina: O que é endorfina e como age no seu corpo
Você sabe o que é endorfina? Sabe aquela sensação de bem-estar e de plena felicidade depois de se exercitar ou fazer uma atividade prazerosa? A principal autora de momentos assim é a endorfina, um hormônio neurotransmissor produzido pela glândula hipófise. Ela, em conjunto com outros neurotransmissores – serotonina, oxitocina e dopamina – é responsável por reações químicas que conferem alegria e satisfação, durante e depois de um exercício físico. Continue lendo para saber como esse hormônio age no corpo.
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Endorfina: o que é e para que serve
De acordo com a nutricionista Tatiane Schallitz, a endorfina é um hormônio liberado pelo hipotálamo e age como um analgésico no corpo e promovendo uma sensação de bem-estar. O efeito da liberação de endorfina vai muito além do alívio ao sofrimento físico, além do relaxamento muscular, ela promove sensações de prazer e melhora na convivência social. Além disso, o hormônio possui efeito analgésico e é atrelado a sentimentos de felicidade e de bom humor. Dessa forma, a endorfina reduz o estado de tensão do corpo.
A médica nutróloga e endocrinologista Gabriela Lima aponta ainda que a endorfina, também conhecida como “hormônio da felicidade” está relacionada a sensação de bem-estar e prazer, ajudando no controle da irritabilidade, estresse, melhora da autoestima, memória, foco, concentração e até na libido.
A substância é produzida naturalmente pelo organismo, sendo liberada na corrente sanguínea com outros hormônios, os quais estimulam a produção de cortisol e de adrenalina (justamente aqueles que são indicadores de estresse no organismo).
Endorfina e exercícios físicos: entenda a relação
Além da função principal de calibrar seu humor, a endorfina tem outros papéis. A composição de seu nome é a flexão de endo (interno) com a palavra morfina. Isso quer dizer que a endorfina, na acepção da palavra, é um analgésico natural do corpo. Assim, o hormônio aumenta a motivação em um treino.
O personal trainer Matheus Sarria, especialista em nutrição e psicologia do esporte aponta que quando nos exercitamos, hormônios são liberados na atividade física e eles, junto com os neurotransmissores, são responsáveis por ajudar a regular o sono e a digestão, melhorar a pressão sanguínea e os processos corporais, além de causar a sensação de bem-estar, felicidade e relaxamento. Dessa forma, praticar esportes ajuda no aumento da endorfina que é um neuro hormônio, como resultado, a endorfina proporciona os seguintes benefícios :
- Crescimento celular;
- Queima de gordura;
- Melhora do sono;
- Diminuição do colesterol;
- Aumento da disposição física e mental;
- Melhora da resistência imunológica.
Sendo assim, o especialista aponta que o pico de produção da endorfina é durante esse momento de exercitar-se, quando ocorre uma mobilização de hormônios e outras substâncias para manter o corpo íntegro durante a atividade.
Além dela, são produzidos o GH, hormônio do crescimento, e o ACTH, que incentiva a produção de adrenalina e cortisol. Ainda não existe um consenso científico a respeito da duração de sua ação no organismo – há estudos que apontam 2h pós-treino, enquanto outros alegam descobertas de até 72h em atividades exaustivas, as que são consideradas “endurance”, como ciclismo e corridas de longas distâncias.
Como estimular a produção de endorfina
Existem várias maneiras de liberar a endorfina e garantir que a substância esteja presente no organismo para promover o bem-estar. Assim, a principal fonte estimulante de endorfina é a prática regular de exercício físico. Caminhadas e visitas frequentes à academia são de grande valia, mas a principal recomendação é escolher uma modalidade que lhe agrade.
Se você não gosta de musculação, por exemplo, que tal experimentar outras aulas, como yoga, dança ou lutas? O importante é manter-se ativo para garantir não apenas a produção de endorfina, mas mais saúde, disposição e força para outras atividades.
“Aquela famosa sensação de prazer que acontece após a atividade física é resultado, justamente, da liberação de endorfina. Vale ressaltar, porém, que praticar esporadicamente não é suficiente para que a endorfina seja liberada de forma contínua, mantendo esse bem-estar constante. Para isso, deveríamos ter constância na prática de exercícios. O mesmo vale para meditação, a inclusão da meditação na rotina irá aumentar os níveis de endorfina de forma contínua”, aponta a nutricionista Tatiane.
Outras formas de se obter endorfina e outros hormônios do bem-estar
- Comer chocolate ou outro doce preferido: não é à toa que muita gente recorre ao chocolate ou a outro docinho para aliviar a tensão do dia, não é mesmo? A razão é que o açúcar é um gatilho para a liberação de vários neurotransmissores, como a endorfina. Por isso, escolha sua guloseima favorita em situações que precisa dar um upgrade no humor. Mas não exagere na dose e opte por versões mais saudáveis do seu doce favorito.
- Fazer atividades que dão prazer: não se trata apenas de exercício físico. Dedicar-se a um hobby ou a outra tarefa que lhe dê alegria também é uma estratégia para reações químicas do bem em seu corpo. Alegre-se e não poupe gargalhadas.
- Estreitar seu círculo de relacionamentos: passe mais tempo com as pessoas que você gosta. A interação humana é poderosa para gerar hormônios do bem-estar, por isso, momentos de paixão e de atividade sexual são grandes fontes de liberação de endorfina.
- Pensar positivo: embora não exista comprovação científica, acredita-se que as sinapses que ocorrem ao pensarmos coisas boas e positivas favorecem a produção de substâncias benéficas. Vamos combinar que elevar os padrões de pensamento é muito melhor para encarar a vida, não é? Por isso, escute uma música que traga boas lembranças e mantenha o pensamento em coisas boas.
Benefícios da endorfina
Um resumo do que esse analgésico natural pode fazer por você.
- Prolonga momentos de felicidade e alegria.
- Ajuda a liberar o estresse.
- Fortalece a mente, favorecendo o pensamento positivo.
- Dá mais disposição para enfrentar as tarefas do dia a dia.
- Auxilia no tratamento da depressão – por isso que especialistas recomendam atividade física e hobbies que desocupam a mente.
O que acontece quando a endorfina está baixa?
Quando os níveis do hormônio endorfina ficam baixos começam a surgir características muito comuns como estresse, irritabilidade, alterações no humor, insônia, cansaço, ansiedade e evoluir para sintomas de depressão. Esses efeitos também podem acometer praticantes de atividades físicas que não realizaram seus exercícios.
De acordo com a nutricionista Tatiane, outros problemas de saúde como fibromialgia, enxaqueca e estresse crônico também ocorrem a partir do baixo nível de endorfina.
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Fontes:
- Gabriela Lima, médica da equipe Nutrindo Ideais, pós graduada em Nutrologia e Endocrinologia.
- Matheus Sarria, Personal Trainer especialista em fisiologia do exercício e pós graduado em Nutrição e psicologia do esporte.
- Tatiane Schallitz, nutricionista da Nutrindo Ideais.
- Milena Lopes, nutricionista da Clínica NutriCilla. Pós-graduada em nutrição clínica pelo GANEP.