Educação em diabetes: por que é tão importante?

Educação em diabetes: por que é tão importante?


Lidar com uma condição crônica como o diabetes não é nada fácil. Precisamos entender como funciona o nosso corpo e o pâncreas, que até então nem dávamos bola para ele, e tomar uma série de decisões no nosso dia a dia: o que vamos comer, contar a quantidade de carboidratos, qual exercício físico fazer, tomar os medicamentos de forma correta, etc. O diabetes nos tira do piloto automático e, com isso, vem a pergunta: como cuidar da gente da melhor forma? De olho nisso, a educação em diabetes surge como uma poderosa ferramenta para quem tem a condição.

Afinal, o que é educação em diabetes?

Educação em diabetes nada mais é do que conscientizar os pacientes sobre a condição e como cuidar de si. “É como se eu aprendesse tudo sobre o diabetes. Todos os passos para conseguir ter o controle e autonomia no tratamento”, explica Deise Santiago, nutricionista e educadora em diabetes, que tem o tipo 1 da condição desde criança. “Se eu entendo tudo que eu preciso fazer para ter o controle, a gente consegue evitar as complicações.”

É como se o paciente virasse o gestor da sua própria saúde e isso é muito importante. O diabetes, se não for bem controlado, pode levar à complicações na visão, nos rins, no coração e em outras partes do corpo.

Além de ajudar a prevenir tudo isso, a educação em diabetes é muito útil para que a pessoa tenha mais qualidade de vida no seu dia a dia. “Ela vai entender como o corpo dela funciona e como a glicemia se comporta. E o melhor: terá autonomia”, conta a educadora. E por que essa autonomia é tão importante? Vamos entendê-la.

Leia mais: Afinal, o que é o diabetes?

Educação ajuda pacientes a terem autonomia no tratamento

Quanto mais autonomia, melhor para o paciente. Isso porque quem convive com o diabetes, precisa lidar com a condição 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem direito a férias ou descanso. Sem contar as situações de emergência que podem surgir, como as quedas de açúcar no sangue, as chamadas hipoglicemias.

Deise traz um exemplo prático de como a educação em diabetes pode ajudar nesses casos. “Com informação, eu sei que, nessa situação, se eu aplicar mais insulina vou piorar o quadro. Posso ter uma hipoglicemia severa e até mesmo entrar em coma. Ter esse conhecimento não me faz ter uma atitude errada frente a situação que estou passando”, exemplifica. “E tendo essa educação, eu vou saber que o certo é ingerir carboidrato, que é glicose, para ajudar a aumentar a glicemia num nível que vai me deixar bem, sem descontrole.”

Ou seja: a educação em diabetes ajuda o paciente a saber o que fazer diante de uma glicose baixa ou alta, quais cuidados ter antes, durante e após os exercícios, a entender porque alguns alimentos sobem mais a glicemia do que outros, como se preparar para as consultas, quais exames precisa fazer com frequência, entre outros. Em outras palavras, a educação em diabetes empodera o paciente a gerenciar o diabetes da forma correta.

Educação em diabetes deve fazer parte do tratamento

De acordo com o site da Sociedade Brasileira de Diabetes, a educação em diabetes é considerada parte do próprio tratamento da condição, tamanha a sua importância. A entidade destaca que, além de promover a qualidade de vida dos pacientes, ajuda a aliviar a sobrecarga no sistema de saúde, evitando hospitalizações por conta do diabetes mal controlado.

Além disso, a educação ajuda a evitar que pacientes sejam enganados por informações falsas ou “profissionais” mal intencionados. Não é raro vermos conteúdos na internet que prometem a cura da condição ou resultados milagrosos. “Só com uma boa educação em diabetes o paciente poderá identificar os riscos à sua saúde com esse tipo de informação”, reforça a SBD em seu site oficial.

De acordo com Deise, ter se educado em diabetes transformou a forma como ela enxergava e lidava com a condição. “Os ganhos foram enormes. Eu sabia o que ia acontecer comigo e me sentia segura para tomar decisões. Passei a ter mais controle sobre a minha vida”, conta. Hoje, ela, que convive com diabetes há mais de 20 anos sem nenhuma complicação de saúde, se dedica a levar educação em diabetes para outros pacientes por meio das redes sociais.

https://youtu.be/ftIHSprosIo

Onde ter acesso à educação em diabetes?

Infelizmente, o acesso à educação em diabetes ainda é muito difícil. Mas o cenário vem mudando nos últimos anos. As associações de pacientes costumam oferecer programas de educação como palestras, entre outras atividades educativas. Além disso, fique de olho em eventos de educação em diabetes promovidos por instituições sérias, como o Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes para pacientes, que teve sua primeira edição em 2021.

Outra boa dica é buscar informações em sites confiáveis como o da própria SBD e do Ministério da Saúde. Além, é claro, tirar dúvidas com profissionais da saúde que possuam especialização em Educação em Diabetes ou com o seu médico endocrinologista.

“Cuidar do diabetes vai muito além de ‘pode ou não pode comer açúcar’. É olhar para o todo, para as pequenas coisas que fazem parte da rotina, mas que fazem total diferença na hora de controlar a glicemia e ter saúde”, conta Deise. “Além de olhar a glicemia, aprendemos a cuidar da pele, dos pés, dos dentes, enfim: a olhar para a saúde de uma forma integral”.

Fonte: Deise Santiago, nutricionista e educadora em diabetes pela SBD e ADJ Diabetes Brasil
Referência
: SBD

Programas Vitat – Linha de cuidados para quem tem diabetes

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