Doença de Behçet: o que é, sintomas, causa e tratamento
Doença autoimune rara, a chamada doença de Behçet se caracteriza por lesões e inflamações pelo corpo. A causa ainda é desconhecida pela medicina, mas é possível tratar os sintomas após avaliação de especialista. Apesar de poder se manifestar em qualquer idade, é mais comum entre os 20 e os 40 anos, em homens e mulheres. Saiba mais.
O que é a doença de Behçet?
O quadro tem esse nome porque foi descrito pelo dermatologista turco Hulusi Behçet, em 1937. Trata-se de uma inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite) e atinge diversas partes do corpo, inclusive o sistema gastrointestinal e as articulações.
Sintomas
Podem acontecer em crises, ou seja, com períodos sintomáticos e assintomáticos. E o tempo e os sintomas de cada crise podem variar. Em geral, eles estão relacionados a inflamações porque ocorre uma resposta exacerbada do sistema imunológico, o que acaba aumentando a produção de substâncias inflamatórias (as citocinas). Veja os mais comuns:
- aftas dolorosas e recorrentes na boca, lábios, gengivas, faringe e amígdalas;
- feridas na região genital;
- nódulos na pele de forma redonda ou oval, dolorosos e avermelhados (acontece mais frequentemente nos membros inferiores);
- olhos vermelhos e visão embaçada;
- dor e inchaço nas articulações;
- tromboses;
- dilatação nos vasos sanguíneos (aneurismas);
- por fim, perda de peso.
Se desconfiar do quadro, é importante consultar um reumatologista, médico especialista em doenças inflamatórias e autoimunes. Além de analisar os sinais e sintomas, o profissional pode solicitar exames, como de urina e sorologia para doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) para fechar o diagnóstico.
O que causa a doença de Behçet?
Embora a causa ainda não seja muito bem definida, os sintomas podem ser estimulados por infecções bacterianas ou virais (principalmente Herpes simplex). Além disso, a influência também pode vir de fatores genéticos, especialmente o antígeno HLA-B51.
Tratamento
Por fim, o tratamento varia de acordo com os sinais e sintomas apresentados, e podem ir do uso de anestésicos e corticóides nas lesões a medicamentos (imunossupressores, corticosteroides ou imunobiológicos). Assim, o reumatologista irá indicar o que será necessário para evitar complicações e a progressão da doença.
Fonte: Tatiana Karenini Müller é reumatologista (CREMERS 21438 | RQE 12862). Preceptora responsável pelo Ambulatório de Artrite Psoriásica do Hospital São Lucas – PUCRS e membro do GRAPPA (Group for Research and Assessment of Psoriasis and Psoriatic Arthritis), também atende no Ambulatório de Artrite Psoriásica do Hospital Moinhos de Vento (RS).