Dismorfia corporal: o que é, sintomas e como tratar
Para algumas pessoas, se olhar no espelho pode ser uma tarefa difícil. Isso porque além da insatisfação com o próprio corpo, elas tendem a se preocupar exageradamente com a aparência. Mas essa rejeição está relacionada a algo mais grave: dismorfia corporal.
No Brasil, a condição afeta cerca de 2% da população, cerca de 4,1 milhões só no Brasil. Considerando somente as mulheres, o percentual sobe para 2,5%. Além disso, a percepção de defeitos físicos tende a aparecer mais entre 18 e 30 anos, mas também pode permanecer em alta na terceira idade. Saiba mais a seguir!
O que é dismorfia corporal?
Também conhecido como transtorno dismórfico corporal, o transtorno mental é caracterizado pela preocupação obsessiva com o próprio corpo. Dessa maneira, quem sofre com este distúrbio tem a percepção de um defeito imaginário no próprio corpo, o que faz com que acredite que todos percebem essa anomalia.
Por isso, surge um comportamento de vergonha da própria imagem, desconforto na presença de outras pessoas e, muitas vezes, a busca por soluções como cirurgias.
Sintomas da dismorfia corporal
Os sintomas podem variar entre cada pessoa. Mas os sinais mais comuns da dismorfia corporal incluem:
- Preocupação exagerada com a aparência;
- Busca constante de alternativas para solucionar os “defeitos” de aparência;
- Trocar de roupa frequentemente para cobrir as “imperfeições”;
- Insatisfação em relação a procedimentos anteriores;
- Comparação constante com outras pessoas;
- Evitar eventos e interações sociais;
- Sentimento de angústia;
- Ansiedade e depressão;
- Comportamento suicida.
Possíveis causas
A dismorfia corporal é complexa e pode envolver uma série de fatores que vão desde questões genéticas, neuroquímicas e até ambientais. A seguir, confira as principais causas:
1 – Experiências traumáticas: traumas como abuso físico, emocional ou sexual, bullying ou até mesmo críticas constantes em relação à aparência, podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
2 – Insegurança e baixa autoestima: pessoas com esse quadro tendem a criar uma imagem distorcida de si mesmo.
3 – Questões genéticas: alguns genes podem aumentar os riscos de se ter dismorfia corporal. Além disso, um histórico familiar de transtornos, depressão e ansiedade também aumentam as chances de desenvolver o transtorno em algum momento da vida.
4 – Problemas na produção de serotonina: o neurotransmissor conhecido como hormônio do bem-estar pode estar em desequilíbrio e aumentar as chances de transtornos corporais, além de depressão e ansiedade.
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Como identificar?
Na maioria das vezes, o diagnóstico para a dismorfia pode demorar para acontecer, justamente pelo sentimento de vergonha e constrangimento que as pessoas sentem ao revelar seus sintomas. Contudo, um psicólogo ou psiquiatra são profissionais aptos para identificar a condição através dos sintomas e queixas do paciente e encaminhá-lo para o devido tratamento.
Portanto, ao se identificar com os sintomas listados acima, as pessoas devem procurar atendimento psicológico para serem avaliadas.
Tratamento para dismorfia corporal
A boa notícia é que existe tratamento para o transtorno, confira a seguir!
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
A terapia é a alternativa mais comum em casos de dismorfia corporal. Em conjunto com o terapeuta, o paciente poderá identificar padrões de comportamento negativos e também pode modificar pensamentos distorcidos em relação à sua aparência. Dessa forma, o paciente será guiado para aumentar a sua autoestima e autoaceitação.
Medicamentos
Antidepressivos e ansiolíticos também podem fazer parte do tratamento e são úteis para atenuar os sintomas relacionados à dismorfia. Contudo, vale ressaltar que essa alternativa pode variar de caso para caso, sendo que a avaliação de um médico psiquiatra é essencial para a decisão do tratamento medicamentoso, como também a devida prescrição.
Onde buscar ajuda?
Além de clínicas de psicologia, o paciente também pode buscar atendimento de emergência para lidar com as complicações da dismorfia nos seguintes locais:
- CAPS – Centros de Atenção Psicossocial;
- UBS – Unidades básicas de Saúde;
- Samu – telefone 192;
- Hospitais;
- Centro de Valorização da Vida – telefone 188.