Diálise Peritoneal: o que é, como funciona e indicações

Saúde
05 de Setembro, 2022
Diálise Peritoneal: o que é, como funciona e indicações

A diálise peritoneal é uma opção de tratamento para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica, cuja função é remover impurezas e excesso de líquido do sangue.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o processo da diálise peritoneal ocorre com o auxílio de um filtro natural como substituto da função renal. Este filtro é denominado peritônio. Dessa forma, trata-se de uma membrana porosa e semipermeável, que reveste os principais órgãos abdominais.

Como funciona a diálise peritoneal?

Segundo o Dr. Diogo Umann, clínico geral e diretor médico da Imedato Consultas e Exames, um líquido de diálise é colocado na cavidade abdominal do paciente e drenado através de um cateter. “Essa solução permanece um tempo na cavidade abdominal e, em seguida, é drenada com a ajuda de um cateter localizado próximo ao umbigo, implantado previamente por meio de uma pequena cirurgia, com uso de anestesia local. A drenagem do líquido trará também as substâncias que estavam acumuladas no sangue, como ureia, creatinina e potássio, assim como o excesso de líquido não drenado pelo rim”, explica o médico.

O cateter implantado na cavidade peritoneal do paciente geralmente não incomoda, pois é feito de material flexível, e fica instalado por tempo indeterminado. Apesar de alguns pacientes se queixarem de um certo desconforto com a entrada do líquido no início, esse incômodo tende a desaparecer com o tempo.

Há dois tipos principais de diálise peritoneal: a Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC) e a Diálise Peritoneal Automatizada (DPA). 

“A DPAC é mais simples e o tratamento é realizado pelo próprio paciente e/ou familiar de forma manual. Em geral, são feitas quatro trocas diárias, de cerca de 30 minutos cada, sendo uma delas no período da noite. A vantagem é que o paciente fica sem a bolsa no período entre as trocas. Já na DPA, a drenagem é automatizada e feita diariamente, normalmente à noite.  A solução de diálise vai sendo trocada por uma máquina cicladora, que é conectada ao paciente antes dele dormir”, esclarece o Dr. Umann.

Os rins podem voltar a funcionar?

Para a SBN, há algumas situações em que os rins deixam de funcionar por um breve período e podem voltar a funcionar depois. Isto é mais comum de ser observado na insuficiência renal aguda. Na doença renal crônica, esse processo é raro de ser observado. Depende da patologia que ocasionou a perda da função renal e se foi de uma forma aguda ou crônica. No caso de pacientes diabéticos, hipertensos, portadores de glomerulonefrites crônicas, a perda da função renal ocorre de maneira lenta e progressiva. Assim, leva à necessidade de tratamento da diálise por tempo indefinido.

Leia também: Pedra nos rins: conheça as causas, sintomas e tratamentos

Qual a diferença entre a diálise peritoneal e a hemodiálise?

O clínico geral Diogo Umman afirma que os resultados das técnicas diálise peritoneal e hemodiálise são os mesmos, e cada um deles tem prós e contras. “A escolha depende das condições clínicas e das preferências do próprio paciente”, declara.

Ainda de acordo com o médico, uma das principais vantagens da diálise peritoneal é a possibilidade de que seja realizada em casa depois de um tempo, enquanto a hemodiálise é realizada em clínicas especializadas ou hospitais.

Outra diferença entre as técnicas é a frequência e o tempo de duração em que o paciente necessita ficar na máquina. Na hemodiálise, por exemplo, o tempo varia de acordo com o estado clínico do paciente e, em geral, é de quatro horas, três ou quatro vezes por semana.

O médico nefrologista avaliará o paciente para que seja escolhida a melhor forma de tratamento para o mesmo.

Fonte: Diogo Umann, clínico geral e Diretor Médico da Imedato Consultas e Exames  

Referência: Sociedade Brasileira de Nefrologia 

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