Carne vermelha pode aumentar o risco de diabetes tipo 2. Veja a quantidade segura
Um novo estudo da Universidade de Harvard publicado recentemente no American Journal of Clinical Nutrition relaciona o consumo de carne vermelha com o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Segundo os pesquisadores, o risco começa a partir de duas porções de carne vermelha (180g) de todos os tipos, como carne de vaca, carneiro, porco e embutidos preparados com essas carnes, como salsicha, presunto, linguiça e salame.
Atualmente, a diabetes tipo 2 impacta a vida de 462 milhões de pessoas no mundo todo e está relacionada a fatores como sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Saiba mais a seguir!
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Detalhes do estudo
A suspeita da relação entre o consumo de carne vermelha não é de hoje, tanto que outros já abordaram brevemente a questão. Porém, especificamente nesse estudo, os pesquisadores pretendiam aprimorar as pesquisas adicionando detalhes dos diagnósticos dos participantes e incluindo biomarcadores para entender os efeitos da ingestão de carne a longo prazo.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram dados de 217 mil profissionais de saúde que participaram anteriormente de estudos longos que abrangeram décadas. Nele, com a média de 47 anos, os participantes responderam questionários detalhados sobre seu consumo alimentar e histórico médico. Assim, o acompanhamento contava com respostas de 2 a 4 anos.
Diabetes tipo 2 e carne: Resultados
Ao final do estudo, cerca de 22.800 pessoas desenvolveram diabetes tipo 2. Mas o mais importante é que os participantes que consumiram mais carne vermelha todos os dias (considerando duas porções completas de 180 gramas) chegaram a um risco 62% maior de desenvolver diabetes tipo 2 do que os outros participantes que comiam apenas 2 porções por semana. A média pode variar de 51% para o consumo de carnes processadas e 40% para não processadas.
Embora os resultados tragam um risco considerável, é importante destacar que o estudo mostra apenas uma associação entre o consumo de carne e diabetes tipo 2. Porém, o estudo não indica relação direta e ainda são necessárias mais análises para compreender os efeitos da dieta. Além disso, a análise considerou uma grande maioria de participantes brancos, indicando a necessidade de análises aprofundadas em negros, asiáticos e hispânicos.
“Continuamos fortalecendo as evidências existentes com dados e técnicas aprimoradas. Espero que o nosso estudo possa resolver o debate sobre se devemos ou não limitar a ingestão de carne vermelha por questões de saúde”, disse o primeiro autor do estudo, Xiao Gu, pesquisador de pós-doutorado em nutrição na Harvard T.H.
Quais cuidados tomar com a carne vermelha?
Enquanto a medicina se empenha para compreender mais sobre os efeitos da carne vermelha é importante considerar que o seu consumo é benéfico para a saúde, já que oferecem uma fonte valiosa de proteína animal além de ser rica em vitamina B3, B12, ferro e zinco. Porém, o seu consumo deve ser regulado devido a quantidade de gorduras saturadas e, dependendo do processamento, pode conter sódio e aditivos.
Segundo o INCA – Instituto Nacional de Câncer, o consumo recomendado de carne vermelha é de até 500 gramas do alimento cozido por semana. Essa recomendação indica que devemos selecionar os dias de consumo de carne vermelha e priorizar outros tipos de proteína. Algumas delas são: frango e peixes, que são carnes mais magras e fáceis de digerir, ovos, soja e amêndoas.
Além disso, outros hábitos não saudáveis também podem facilitar o surgimento da diabetes tipo 2. Como por exemplo o consumo de alimentos processados, embutidos e enlatados, sedentarismo e obesidade.
The American Journal of Clinical Nutrition