Deficiência de vitamina D afeta brasileiros mesmo no verão
A vitamina D é um componente essencial para a nossa saúde óssea e contribui para aspectos como a imunidade e o metabolismo. Felizmente, essa vitamina pode ser obtida de forma natural através da exposição solar. No entanto, uma pesquisa recente publicada no Journal of the Endocrine Society revelou que boa parte dos brasileiros apresenta deficiência de vitamina D mesmo em épocas mais quentes, como no verão.
O estudo uniu pesquisadores das Universidades Federais do Paraná e de São Paulo, Fundação Oswaldo Cruz e Obras Sociais Irmã Dulce, para analisar dados de 1.029 adultos entre 18 e 45 anos. Como resultado, os pesquisadores identificaram que cerca de 50% das pessoas apresentaram insuficiência ou deficiência de vitamina D. Só no estado de São Paulo, cerca de 20% dos participantes tiveram deficiência de vitamina D, enquanto em estados como Curitiba e Salvador, o número chegou a 12%.
Deficiência de vitamina D no verão: por que isso acontece?
Os pesquisadores notaram que algumas variações influenciam na produção de vitamina D — por exemplo, genética, demografia e o estilo de vida das pessoas. Outro fator que parece reduzir a exposição solar dos brasileiros, segundo a pesquisa, são os hábitos formados na pandemia, que revelam que parte das pessoas passou a ficar mais tempo dentro de casa.
Além disso, o estudo demonstrou que a falta de exercícios ao ar livre e os índices de obesidade também contribuem para esse quadro. Portanto, esses fatores podem indicar a necessidade de mudança de hábitos ou suplementação.
Impactos da deficiência
A fraqueza causada pela falta de vitamina D pode ser explicada parcialmente pela atrofia muscular. Essa condição é um importante fator de risco para a incapacidade física no envelhecimento. Pessoas com fraqueza muscular, também chamada de dinapenia, têm maior incidência de quedas, hospitalização, institucionalização precoce e óbito prematuro.
Como manter bons níveis de vitamina D
A melhor forma de repor a vitamina D no organismo é através do sol. Em uma entrevista anterior à Vitat, o ginecologista obstetra Odair Albano explica que a exposição solar diária de pelo menos 15 minutos, sem uso de protetor solar, pode permitir a manutenção de bons níveis de vitamina D.
Contudo, para saber se há necessidade de reposição do nutriente, o ideal é fazer um exame de dosagem, que pode ser feito em apenas 20 minutos.
Assim, a dose ideal é de 30 a 100. Portanto, se estiver abaixo desse número, significa que os níveis não estão bons e provavelmente será necessário fazer uma reposição com suplementos. Já as dosagens acima de 100 oferecem risco de toxicidade e, portanto, também precisam de acompanhamento médico para regular.
“Vale lembrar que as pessoas não devem se automedicar, mas sim buscar atendimento médico para definir a necessidade de suplementação e a dose recomendada de vitamina D”, ressalta Albano.
Alimentos podem combater a deficiência de vitamina D no verão
Por fim, além da exposição solar, existem alguns alimentos que ajudam a repor a vitamina D. Veja a lista abaixo:
- Óleo de fígado de bacalhau;
- Salmão;
- Peixe-espada;
- Atum;
- Suco de laranja fortificado com vitamina D;
- Leites lácteos e vegetais enriquecidos com vitamina D;
- Sardinhas;
- Bife de fígado;
- Gema de ovo;
- Cereais fortificados.