Criança pode se sentar em “W”? Entenda a polêmica da posição
No decorrer do desenvolvimento motor infantil, não é incomum que os pais questionem: “a criança pode sentar-se em ‘W’”? E a resposta mais objetiva é sim. Isso porque essa forma de se posicionar tende a ser confortável para os menores, como explica Miguel Akkari, ortopedista pediátrico, presidente do Departamento de Ortopedia da SPSP.
“Geralmente, as crianças nascem com o que chamamos de anteversão femoral, ou seja, o fêmur tem uma rotação anterior. Logo, isso faz com que tenham uma maior rotação interna do quadril, fazendo com a posição seja mais confortáveis para elas”, esclarece o especialista.
Ele ainda detalha que essa anteversão femoral pode chegar a 60º para os recém-nascidos. No entanto, conforme o tempo vai passando, esse número cai para 20º para os adultos. Vale lembrar que esses valores podem ser diferentes de acordo com o biotipo do indivíduo.
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Criança pode se sentar em ‘W’, mas os pais devem estimular a posição?
Ainda que a posição seja mais confortável para os pequenos, o especialista enfatiza que os pais não devem ficar a estimulando. “Porque quanto mais você fica rodando internamente, força-se um posicionamento que não é muito fisiológico”, completa Dr. Miguel.
Dessa forma, quando a criança tem um discernimento, os pais devem orientá-la para que não se acomode dessa maneira. Para ajudá-la, os responsáveis podem colocar um banquinho baixo para que ela não venha a deixar as pernas em “W”.
“É uma forma de sentar que faz parte da evolução natural, costuma corrigir na maioria dos casos e não tende a trazer problemas preocupantes. Além disso, uma porcentagem muito pequena mantém uma anteversão na fase de adulta que chame atenção”, detalha o ortopedista pediátrico.
Dr. Miguel esclarece que equipamentos ortopédicos não costumam facilitar essa correção natural citada anteriormente. Todavia, o que pode ajudar é atividade esportiva que trabalha rotadores externos, como ballet. Para saber se essa intervenção é necessária para o seu filho, não deixe de consultar o pediatra.
Fonte:
- Dr. Miguel Akkari, ortopedista pediátrico, presidente do Departamento de Ortopedia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.