Covid-19 e Parkinson: entenda a relação descoberta em estudo
Em um estudo publicado no periódico científico Nature’s Molecular Psychiatry, especialistas perceberam uma relação entre a Covid-19 e Parkinson. De acordo com os estudiosos, a infecção pelo coronavírus ativa a mesma resposta inflamatória no cérebro que a doença neurológica. Logo, acredita-se que pessoas que tiveram a enfermidade pandêmica têm mais chances de desenvolverem condições neurodegenerativas.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas cultivaram células micróglias em laboratório e aplicaram o vírus SARS-CoV-2 nelas. Vale ter em mente que essa estrutura pertence ao sistema imunológico e é quem responde a danos e infecções no cérebro. Dessa forma, ela também está associada a condições como Parkinson e Alzheimer.
Assim, depois de a cultivarem em laboratório, os estudiosos perceberam as células levaram a ativação da inflamassoma NLRP3. Ela também recebe estímulos em pacientes com doenças neurodegenerativas, como o Parkinson. Dessa forma, esse estímulo leva à morte de células cerebrais neuronais de maneira crônica com o passar do tempo. Como resultado, o indivíduo passa a ter sintomas neurológicos.
“Isso pode explicar por que algumas pessoas que tiveram covid-19 são mais vulneráveis ao desenvolvimento de sintomas neurológicos semelhantes à doença de Parkinson”, destaca Eduardo Albornoz Balmaceda, um dos autores do estudo.
Leia mais: Inteligência artificial é usada para diagnosticar doença de Parkinson
Covid-19 e Parkinson: pesquisa também descobriu tratamento
A boa notícia é que a pesquisa descobriu que os medicamentos inibidores que estão sendo estudados para o tratamento da doença de Parkinson também são efetivos para esse problema da Covid-19. Em outras palavras, as substâncias reduziram a inflamação das células micróglias nesse caso.
“Como os inibidores de NLRP3 estão atualmente em desenvolvimento clínico para doenças neurodegenerativas, incluindo doença de Parkinson, esses achados também apoiam uma possível via terapêutica para o tratamento de manifestações neurológicas causadas pelo Sars CoV 2”, destacou o estudo.
Referências: