Conselhos sobre maternidade que estão ultrapassados
Quando uma mulher descobre que está grávida, é comum que ela comece a receber inúmeros conselhos sobre maternidade. Alguns realmente são válidos e úteis, mas outros já estão ultrapassados e não são recomendados por especialistas e órgãos de saúde.
Na dúvida, o melhor a fazer é consultar o seu médico ou o pediatra do bebê. Isso porque a dica pode até vir de uma pessoa que só quer o bem da criança, mas nada melhor do que a própria mãe (e um profissional de saúde) para saber o que realmente é benéfico para o pequeno, não é mesmo?
Recentemente, a influenciadora Viih Tube publicou um vídeo na internet falando sobre o tema. Em tom de brincadeira, ela cita os costumes que a geração de seus pais seguia, e que agora ela não defende. Veja:
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Conselhos sobre maternidade que estão ultrapassados
Separamos algumas recomendações populares que não fazem mais sentido nos dias atuais, e contamos o que as instituições oficiais dizem a respeito delas:
1 – Não tem problema dar doce para a criança antes dos dois anos
Antigamente, o açúcar era introduzido na vida da criança de diferentes formas e bem cedo. Assim, não era incomum vermos bebês ingerindo iogurtes com sabor, biscoitos e outras guloseimas.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Ministério da Saúde (MS) não recomendam a oferta de açúcar para menores de dois anos – e depois dessa fase, o consumo deve ser limitado.
O mesmo vale para sucos de fruta, sabia? Eles só devem ser ingeridos após os dois anos. Isso porque “há evidências científicas de que o consumo de sacarose sem a fibra correspondente, como é comumente presente no suco de frutas, está associado à síndrome metabólica, lesão hepática e obesidade”, diz um documento oficial da SBP.
2 – Precisa dar um chazinho para o recém-nascido
Outro conselho diz respeito aos chás para bebês recém-nascidos. Apesar de a bebida ser bastante famosa, a SBP afirma que durante os seis primeiros meses de vida, o ideal é que o pequeno beba apenas leite materno.
“Isso significa que, até essa idade, os bebês não precisam de mais nada, nem água ou chá, muito menos de outros leites. Após esse período, a criança deve começar a receber outros alimentos saudáveis, e continuar a amamentação por dois anos ou mais, se esse for o desejo da mulher e da criança”, diz a SBP.
3 – Colo demais “estraga”
Você já deve ter escutado por aí que oferecer colo para a criança pode “estragá-la” e torná-la mimada. Contudo, estudos defendem que isso não é verdade.
Uma pesquisa publicada em 2018 pelo Hospital das Crianças Nationwide, nos Estados Unidos, concluiu que o colo, o toque e o abraço são pontos fundamentais para o desenvolvimento da saúde física, psíquica e emocional do pequeno – contribuindo, inclusive, para a maturação do cérebro.
4 – Um paninho (“cheirinho”) no berço ajuda a dormir melhor
Paninhos, travesseiros, brinquedos e outros acessórios de berço aumentam o risco de sufocamento, afirma a SBP. Desse modo, deixe o local livre desses objetos na hora de deitar o bebê e evite agasalhar demais, pois isso dificulta os movimentos e pode superaquecer o pequeno.
5 – Conselhos ultrapassados sobre maternidade: não pode deixar o bebê de bruços
O tummy time trata-se da técnica de colocar o bebê de barriga para baixo por algum período durante o dia (quando ele estiver acordado, é claro). Em entrevista anterior à Vitat, o pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, diz que a posição é importante para aumentar o desenvolvimento muscular, além de melhorar significativamente quadros de alterações no crânio.
O exercício pode ser feito logo nos primeiros dias de vida do recém-nascido, desde que alguns cuidados sejam tomados. Por exemplo: começar aos poucos, respeitando o conforto do pequeno (intervalos de dois a três minutos no início); não fazer isso quando ele estiver irritado, com sono ou fome; evitar o tummy time logo após as mamadas; e ter sempre a supervisão de um adulto. Saiba mais!
6 – Coloque a criança de lado para dormir, assim ela não engasga
Na hora de dormir, o bebê deve ser colocado sempre de barriga para cima – e nunca de lado ou de bruços. A SBP explica que essas duas últimas posições são muito instáveis, permitindo que a criança role com mais facilidade (o que pode aumentar as chances de sufocamentos e até morte súbita).
Além disso, se ele estiver de barriga para cima e vomitar, a tendência é tossir, e com isso, chamar a atenção dos pais. A inclinação do berço também não precisa ser maior do que 5%. “Deixe os braços para fora da coberta para evitar que o bebê deslize e fique sufocado pelo cobertor”, finaliza a SBP.
7 – Conselhos ultrapassados sobre maternidade: o ideal é amamentar de três em três horas
Muita gente afirma que o intervalo entre as mamadas deve ter, no mínimo, três horas – e que se o bebê chorar antes disso, ele não está com fome.
Na verdade, a SBP defende que não é necessário estabelecer horários fixos para as mamadas. O ideal é investir na chamada amamentação em livre demanda. “Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e de duração da mamada. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com maior frequência e sem horários regulares. É ela quem determina a frequência e a duração das mamadas. Ela aprende a reconhecer seus sinais de fome e saciedade e isto pode estar relacionado a menores taxas de obesidade na idade adulta”, diz um documento da SBP.
Referências: Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB), Ministério da Saúde (MS) e Hospital das Crianças Nationwide.