Quais são as diferenças entre cisto e nódulo na mama?
Quando surge um caroço nos seios, é comum que as mulheres fiquem assustadas e comecem a imaginar algo pior. Contudo, existem diferenças entre cisto e nódulo na mama e, nem sempre, os dois são malignos.
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todo o mundo. De acordo com o Inca, mais de 2,3 milhões de novos casos foram estimados em 2020, o que representa quase 25% dos cânceres em mulheres.
No Brasil, a realidade não é diferente: excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em todas as regiões, com destaque para o Sul e Sudeste. Além disso, em 2022, o Inca projetou mais de 66 mil novos casos.
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Qual a diferença entre cisto e nódulo na mama?
De acordo com a Dra. Débora Gagliato, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um nódulo é uma lesão sólida, diagnosticada por ultrassom da mama ou por ressonância magnética. Dessa maneira, um nódulo não tem nenhum componente que tenha algum líquido.
Por outro lado, o cisto mamário consiste em uma parede sólida com um conteúdo líquido. Além disso, é uma lesão benigna que não pode se transformar em uma lesão maligna.
“O nódulo pode ser um câncer, mas também pode ser uma lesão precursora: hiperplasia, papiloma ou fibroadenoma, por exemplo. Ou seja, um nódulo na mama não necessariamente significa que há câncer de mama. Pode ser lesão benigna que não tem indicação de ressecção (cirurgia)”, ressalta Dra. Débora.
Em geral, uma lesão benigna, como um fibroadenoma, permanece estável. Isto é, sempre irá aparecer nos exames de rotina.
“Mas algumas, mesmo sendo benignas, devem ser retiradas. Como a hiperplasia” explica a especialista.
A importância do autoexame
Durante muitos anos o autoexame surgiu como estratégia para identificar os tumores de mama. Mas estudos demonstram que esta atitude não reduzia a mortalidade por câncer de mama. Isso porque quando o nódulo é palpável, geralmente já está mais avançado e pode diminuir as chances de cura.
De acordo com a médica entrevistada, as mulheres podem fazer o autoexame, mas não devem deixar de realizar os exames de rotina prescritos pelo médico. O autoexame é feito com uma data fixa no mês — geralmente uma semana após a menstruação.
A Dra. Débora ainda destaca que a paciente deve buscar o autoconhecimento. Isso porque podem surgir nódulos malignos entre uma mamografia e outra, e a mulher pode identificá-los se conhecer bem o próprio corpo. “Por isso, é importante realizar o autoexame e sempre buscar avaliação de um profissional”, diz.
Como realizar o autoexame
Em frente ao espelho
- Fique em frente ao espelho e observe os seus dois seios, com os braços caídos;
- Em seguida, coloque as mãos na cintura, fazendo força;
- Coloque-as atrás da cabeça e observe o tamanho, posição e forma do mamilo;
- Pressione levemente o mamilo e veja se há saída de secreção.
Em pé
- Levante seu braço esquerdo e apoie-o sobre a cabeça;
- Dessa forma, com a mão direita esticada, apalpe a mama esquerda, usando a polpa dos dedos e não as pontas ou unhas;
- Sinta a mama e faça movimentos circulares, de cima para baixo;
- Repita os movimentos na outra mama.
Deitada
- Se você preferir realizar deitada, coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a mama direita;
- Sinta a mama com movimentos circulares, fazendo uma leve pressão;
- Assim, apalpe a metade externa da mama e, depois, as axilas;
- Inverta o procedimento para a mama esquerda.
Fonte: Dra. Débora Gagliato, oncologista clínica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.