Cirurgia de mioma: o que é, quando é indicada e como funciona
Quando o assunto é mioma, o medo costuma estar acompanhado. Isso porque muitas pessoas associam a condição ao câncer. Entretanto, mioma é, na verdade, uma abreviação para leiomioma, uma tumoração benigna formada pelo músculo liso do miométrio uterino. Para tratar o quadro, costuma-se incentivar a troca de hábitos e, em alguns casos, é necessário realizar uma cirurgia de mioma.
“Normalmente, eles surgem por predisposição genética e hábitos de vida que estimulem a proliferação celular, como alimentos industrializados, sono prejudicado, falta de atividade física e estresse”, explica a Talitha Alves, ginecologista e especialista em cirurgia minimamente invasiva da Clínica Alira.
Miomas podem apresentar sintomas, mas eles estarão sempre relacionados com o tamanho, a localização e a quantidade de miomas. Não existe um tamanho limite, mas miomas grandes podem levar a sintomas compressivos, como dor, perda urinária, obstipação intestinal e sensação de peso no baixo ventre.
“Miomas que comprometem a cavidade endometrial, conhecidos como submucosos, levam a sangramento uterino anormal”, explica a profissional.
Cirurgia de mioma: o que é?
Apesar de serem tumores benignos em maioria, os miomas podem comprometer a qualidade de vida das mulheres, por isso, um dos tratamentos disponíveis, nesses casos, é a cirurgia de mioma.
Essa cirurgia é indicada sempre que o mioma apresentar, sobretudo, comprometimento da qualidade de vida, sangramento uterino anormal e/ou comprometimento da arquitetura uterina para gestação.
“A primeira linha de tratamento deve ser a melhora dos hábitos de vida. A cirurgia entra para agregar na melhora dos sintomas quando a tentativa de tratamento clínico falha”, explica.
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Quando fazer?
A decisão pela via cirúrgica vai depender, também, do tamanho, da localização e da quantidade de miomas – e, sempre que possível, deve-se adotar via minimamente invasiva (laparoscópica, histeroscopica e robótica).
“Essas são técnicas que utilizam pequenas incisões e o auxílio de uma câmera, substituindo o tradicional corte na pele da pelve”, diz. “A técnica robótica auxilia na precisão em retirar o mioma preservando o tecido uterino sadio, essencial para a mulher que ainda vai gestar.”
Miomas submucosos devem ser abordados pela via histeroscopica, em que uma câmera acessa o útero através do canal vaginal, sem cortes, permitindo, então, a visualização da cavidade uterina seguida do tratamento cirúrgico com remoção do mioma.
Riscos e pós-operatório
Todo procedimento cirúrgico pode trazer riscos. No entanto, com o evoluir das técnicas, as cirurgias se tornaram mais seguras e os riscos raros. Os principais, no entanto, são sangramentos e infecções.
“Através da técnica minimamente invasiva, o retorno às atividades laborais é mais precoce. O pós-operatório imediato pode trazer alguns desconfortos como dor, sensação de barriga distendida e sangramento, o que vai melhorando ao longo dos dias até se tornarem imperceptíveis”, finaliza a médica.
Fonte: Talitha Alves, ginecologista e especialista em cirurgia minimamente invasiva da Clínica Alira