Cigarro eletrônico e cirurgia de amígdala: entenda a possível relação
Recentemente houve um aumento de pessoas que realizaram cirurgia nas amígdalas, um exemplo é a cantora Doja Cat, que precisou ser submetida a uma operação. O uso excessivo do cigarro eletrônico é apontado como o principal causador desse tipo de cirurgia, não só na cantora, mas também em outras pessoas. Entenda a relação entre cigarro eletrônico e cirurgia de amígdala.
Cigarro eletrônico x cirurgia de amígdala
Segundo o professor Renato Tadeu Barufi, do curso de Medicina da Universidade de Franca, não se pode dizer que existe uma relação direta do uso dos eletrônicos com o aumento das cirurgias. “Podemos relacionar os efeitos das substâncias nocivas compostas no cigarro eletrônico e em todos os outros produtos do tabaco comercializados. Esse produtos causam lesões nas mucosas da boca. Já o aumento das operações é uma suposição sem dados estatísticos no momento”, afirma.
Para Renato, as cirurgias não são decorrentes de um dano dos DEFs (Dispositivos eletrônicos para fumar). Isso porque não é possível encontrar estudos específicos que confirmam o aumento deste tipo de procedimento. Nem a confirmação de que os fumantes têm um benefício realizando a operação.
“Provavelmente após este abscesso a cantora realizou a cirurgia das amígdalas, o que é uma conduta protetiva. Já que no abscesso as tonsilas perdem parte da capacidade de ajudar no sistema imunológico. Além disso, ficam enfraquecidas, e tornam-se alvo fácil de bactérias e outros agentes infecciosos”, avalia.
Tabagismo pode prejudicar a mucosa bucal e da laringe
Apesar do cigarro eletrônico não ser o principal causador das cirurgias das amígdalas, o tabagismo ainda é a causa mais relevante de morte em todo o mundo. “A gama de opções existentes na comercialização destes produtos, não deixa de incluir como substrato principal a nicotina, substância mais estimulante do sistema nervoso central através dos neurotransmissores da dopamina. Este efeito é o grande atraente dos usuários para a indústria do tabaco e em contrapartida aos prazeres dos efeitos do cigarro, temos as substâncias químicas comprovadamente nocivas à saúde, sendo elas: as nitrosaminas e os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), resultado da combustão da folha do tabaco que são os principais cancerígenos”, salienta.
Além disso, todas as substâncias citadas pelo docente, favorecem de forma relevante uma deterioração em toda a mucosa bucal e laríngea. Se acrescido do álcool os efeitos nocivos aumentam. “No início da industrialização do cigarro eletrônico, alguns estudos realizados na Inglaterra demonstraram a grande contribuição na diminuição de usuários do tabaco, mas com a comercialização e fabricações inadequadas, o produto passou a ser muito nocivo, perdendo estes benefícios”, finaliza.
Fonte: Unifran