Chupeta: Saiba como tirá-la do bebê gentilmente
A hora de aposentar a chupeta pode representar um momento turbulento para muitos pais e bebês. Isso acontece porque os pequenos acabam se apegando ao objeto e não querem largar por nada. No entanto, o uso prolongado da chupeta pode causar danos à formação dos dentes e pode provocar até mesmo um atraso na fala da criança. Por sorte, existem algumas técnicas para tirar a chupeta gentilmente e sem grandes transtornos.
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Por que as crianças gostam tanto de chupeta?
De acordo com o Dr. Paulo Abrahão, pediatra e homeopata do Grupo Prontobaby, o que define melhor a palavra chupeta é a sua tradução para língua inglesa “Pacifier”, que tem a sua origem no verbo “To Pacify” que acrescido ao sufixo “ER”, significa o que tranquiliza e acalma resumindo a expressão para “chupeta acalma”.
Apesar do efeito nítido do uso da chupeta, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde não recomendam o uso desse recurso. Porém, não é raro encontrar crianças carregando chupetas por aí. Mas se você é pai e já deu a chupeta para o seu filho, não precisa se culpar. Uma vez que o uso da chupeta já estiver instalado, a orientação dos órgãos de saúde é que a remoção seja realizada de forma gradual e gentil.
Dicas para tirar a chupeta do bebê gentilmente
1. Não tire a chupeta do dia para a noite
Na tentativa de proteger a criança dos malefícios da chupeta, muitos pais podem cometer o erro de ficarem muito aflitos e optarem por retirar o item de forma brusca, exigindo que a criança abandone um hábito. No entanto, essa é a pior forma de ensinar algo novo para o seu filho. É necessário ter paciência e tomar algumas atitudes coordenadas que facilitarão o desapego aos poucos. Seja paciente para que o resultado seja duradouro.
2. Trabalhe com recompensas
A chupeta nada mais é do que a sensação de segurança e conforto em forma de item para os pequenos. No entanto, ela não é o único item a oferecer essa sensação. O hábito de contar histórias, ouvir músicas de ninar, fazer um afago na criança ou até oferecer algum brinquedo podem ajudá-la a não sentir falta do item. Além disso, os pais podem fazer combinados com os filhos, como fazer algum passeio ou ir a algum restaurante que a criança queira, caso a chupeta seja entregue.
3. O diálogo é o melhor caminho
Por vezes, os pais subestimam a capacidade da criança entender o que está acontecendo. Por sorte, com uma dose de conversa, a ideia de abandonar a chupeta vai sendo trabalhada aos poucos. Dessa forma, explique que o uso do item pode prejudicar os dentes e até mesmo a fala e, em seguida, estabeleça horários que delimitam o uso progressivamente, seguindo para o completo desapego.
4. Escolha o momento certo
De acordo com a Associação Brasileira de Odontopediatria, instituição que também não apoia o uso do item, existe um tempo máximo para a eliminação da chupeta, que é aos três anos de idade, respeitando o seu amadurecimento psicoemocional. No entanto, o período indicado para realizar uma remoção gradual, é aos dois anos de idade. Por isso, não espere a chupeta causar grandes problemas no desenvolvimento do seu filho. Comece o processo logo para que a pressa não cause momentos turbulentos com o bebê. O tempo recomendado é apenas um indicativo para que o uso da chupeta não cause mais problemas, porém, isso deve ser uma decisão tomada pelos pais.
5. Retire a chupeta quando a criança estiver dormindo
O hábito de sucção pode ser muito frequente quando a criança está dormindo. Por isso, assim que ela dormir, retire o item gentilmente. Para efeitos maiores, abandone o uso de prendedores de chupeta que a ligam à roupa do bebê, isso pode fazer com que o item seja causalmente esquecido.
Por fim, de acordo com o pediatra, Dr. Paulo, os efeitos colaterais do uso da chupeta são notados e se intensificam na fase do desmame, quando a mãe precisa voltar às suas atividades laborais.
“Esse período coincide com o surgimento dos brotos dentários e o aumento da sensibilidade nas gengivas. Em lactentes que demonstram uma maior dependência costumam responder de forma satisfatória aos medicamentos homeopáticos que diminuem a sensibilidade dentinária. Porém, o início das atividades socioeducativas como creches e natação, contribuem para a diminuição da dependência emocional”, afirma o médico.
E complementa: “Cada caso é um caso, no final, todos no seu tempo, com raríssimas exceções acabam deixando esse hábito. Certo é que: quanto mais cedo isso acontece, melhores são os resultados ortodônticos.”
Assim, não existe um método milagroso para retirar a chupeta. Mas podemos afirmar que a paciência e o amor podem ajudar muito os pais nessa fase da criança.
Fontes: Dr. Paulo Abrahão, pediatra e homeopata do Grupo Prontobaby.