Casos de demência no Brasil devem dobrar nos próximos anos
O número de brasileiros com demência deve subir até 206% nos próximos anos, de acordo com um novo estudo, publicado pela Lancet Public Health. Dessa maneira, os casos vão aumentar para 5,6 milhões, o que acende o alerta sobre cuidados que devem ser tomados.
Assim, o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, explica que os hábitos e condições de vida do povo brasileiro são os principais fatores para o crescimento dos casos.
“A demência não é causada apenas pelo envelhecimento populacional e sim em decorrência de hábitos, cultura das redes sociais e suas consequências no cérebro, assim como a ansiedade em excesso são facilitadores”, explica.
Como prevenir?
O surgimento de doenças neurodegenerativas relacionadas ao estilo de vida e hábitos nocivos, também é reforçado pelo neurocirurgião Dr. Alexandre Casagrande, que afirma que manter o cérebro ativo é um dos principais cuidados para evitar a doença.
“A falta de atividade física, muito presente na sociedade atual, aumenta a chance de demência vascular por microangiopatia. Além disso, com o passar do tempo é essencial manter o cérebro ativo, seja com atividades manuais, instrumentos musicais, etc”, ressalta.
Doença incurável: os avanços da medicina no tratamento de demência
Ainda não há nenhum tratamento capaz de reverter totalmente a demência, apenas reduzir o seu avanço e proporcionar uma maior qualidade de vida aos pacientes. No entanto, a ciência permanece na busca de novas tecnologias capazes de ajudar a frear o avanço das doenças neurodegenerativas.
“Não existem tantas estratégias de medicina para melhorar os sintomas da demência de uma maneira muito impactante, a tendência é que muita gente passe por isso juntamente às suas famílias. Isso faz com que grandes mentes, após extensa experiência de vida per cão, gradualmente seu potencial de ajudar sua comunidade e, em última instância, a sociedade como um todo”, afirma o neurocirurgião Dr. Bruno Burjaili.
Por fim, o neurocirurgião diz que os cientistas continuam batalhando para trazer novas maneiras de melhorar os sintomas da demência. “No Brasil, muitas pessoas não têm acesso a todo o cuidado necessário para quem tem a doença. Isso só torna tudo mais difícil por ser complicado ou mesmo impossível conseguir esse suporte através do SUS e dos planos de saúde”, lamenta.
Fontes: Dr. Fabiano de Abreu Agrela, O Pós PhD em neurociências; Dr. Alexandre Casagrande, neurocirurgião eDr. Bruno Burjaili, neurocirurgião.