Casos de câncer aumentaram 79% em pessoas abaixo de 50 anos

Saúde
05 de Junho, 2024
Casos de câncer aumentaram 79% em pessoas abaixo de 50 anos

Dados de um estudo publicado na revista científica BMJ Oncology têm preocupado especialistas da saúde. De acordo com a pesquisa, o aumento de 79% de casos de câncer em adultos jovens contraria o cenário global, que indica diminuição da doença. Segundo Jorge Sabbaga, da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer, os dados “vêm num contexto em que a incidência mundial de câncer vem de fato baixando”.

Justamente no grupo que não era considerado de risco, isto é, pessoas abaixo de 50 anos, crescem os casos da doença. De acordo com o professor, existem alguns indicativos das razões dessa tendência contraintuitiva. Historicamente, o principal grupo de risco eram os tabagistas. Com cada vez menos usuários de tabaco, a diminuição de câncer na terceira idade se explica. Já a aparição de tumores em grupos mais jovens pode ter causas diversas, sendo uma das principais o aumento da obesidade.

Enquanto a taxa de tabagistas cai, sobe a de obesos. O cenário, como comenta Sabbaga, é de “esses dois fatores trabalhando cada um contra o outro” e que “isso provavelmente interfere com o aumento da incidência de câncer em populações mais jovens”. Além disso, como complementa o especialista, “o sedentarismo, mesmo sem obesidade, contribui para o aparecimento de fator de risco para câncer”.

Motivos para o aumento de casos de câncer

Outras possíveis causas para o aumento de casos de câncer são mais específicas. “Para tumores de cólon, por exemplo, há uma grande influência do uso precoce e difundido de antibióticos já na primeira infância”, diz o médico, afirmando também que “antibióticos orais acabam levando também a um aumento de risco para tumores de intestino”. A razão disso é que a flora intestinal seria afetada pelos medicamentos, podendo ser desregulada.

Consumo de carne

Entre a primeira e a segunda década deste século, a OMS (Organização Mundial da Saúde) considerou a carne processada como carcinógeno tipo 1. Para vias de comparação, essa classificação é a mesma para o tabagismo. Comer carne, em especial salsichas, salame e processados afins é tão danoso para a saúde quanto fumar cigarro a longo prazo.

Sabbaga explica que há “muita relação com o tempo que esse carcinógeno está dentro do tubo gastrointestinal. Então, comer em excesso e ter um intestino preso aumenta a sua potência de risco”. Para evitar o risco alto de câncer, não tem inovação: “Evitar comer essas coisas que são carcinógenas e comer coisas que estimulem o ritmo intestinal”.

Por fim, a conclusão é evitar o consumo excessivo de carne, em especial as processadas, e comer alimentos com fibras. Dentre estes, vale ressaltar legumes e verduras, os quais, além de vários outros benefícios para a saúde, também melhoram as chances de evitar o câncer precoce.

Leia mais: Cozinhar para comer melhor: os benefícios da comida caseira

Fonte: Jornal da USP.

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