Cânceres ginecológicos: conheça os principais e saiba como prevenir

Saúde
30 de Novembro, 2023
Cânceres ginecológicos: conheça os principais e saiba como prevenir

O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, figurando como uma das principais causas de morte. É, ainda, uma das principais barreiras para a longevidade com qualidade de vida. Na maioria dos países, corresponde à primeira ou segunda causa de morte prematura, antes dos 70 anos. Para o Brasil, a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 aponta que ocorrerão 704 mil casos novos de câncer. Esses dados foram divulgados, neste ano, pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer). Nas mulheres, o câncer de colo do útero é o terceiro tipo mais prevalente, sendo responsável por 17 mil novos casos até 2025. Este tipo de câncer entra na categoria de cânceres ginecológicos, mas não é o único. Veja outros e como prevenir. 

Leia mais: Novo tratamento contra câncer de colo de útero é maior avanço em 20 anos

Cânceres ginecológicos: sintomas

De acordo com o Dr. Marcos Maia, especialista em ginecologia oncológica, sangramento vaginal anormal, dores pélvicas, inchaço abdominal, lesões na vagina, como corrimento fétido e feridas, e perda de peso sem causa aparente, são sinais de alerta.

“Mas é preciso deixar claro que os sintomas desses tumores variam muito de acordo com o tipo e a localização. Por isso, é fundamental as mulheres ficarem atentas a esses sintomas e, se apresentarem um ou mais, procurarem um especialista”, complementou.

Principais cânceres ginecológicos

Câncer de colo do útero

O vírus HPV é um dos principais fatores de risco para o câncer de colo do útero. A vacinação contra o vírus é uma ferramenta valiosa na prevenção. Além disso, exames regulares, como o Papanicolau, são essenciais para detectar alterações nas células cervicais antes que se tornem cancerosas.

Câncer de ovário

Muitas vezes chamado de “assassino silencioso”, o câncer de ovário é conhecido por sua natureza insidiosa, apresentando poucos sintomas perceptíveis nas fases iniciais. Desse modo, consultas ginecológicas regulares e a compreensão dos sinais de alerta são cruciais para a detecção precoce.

Câncer de endométrio

Este tipo de câncer afeta o revestimento do útero e, geralmente, é diagnosticado em estágios iniciais devido aos sinais, como sangramento anormal. Por isso, a atenção a qualquer irregularidade menstrual e consultas ginecológicas regulares são vitais.

Câncer vulvar

Menos comum, mas não menos importante, o câncer vulvar também merece destaque. Então, conhecer o próprio corpo e estar ciente de qualquer alteração na região vulvar é fundamental para a detecção precoce. Isso porque, grande parte das mulheres com câncer vulvar não apresenta sintomas mas há indicações, como coceira que não melhora, uma pele mais espessa e mais clara do que a pele normal em torno da região vulvar ou até mesmo colorações (vermelho, rosa ou mais escura) diferentes da pele ao redor.

Dessa forma, como essas alterações são, muitas vezes, provocadas por outras condições clínicas, algumas mulheres não percebem que podem ter uma doença grave.  

Câncer de vagina

O carcinoma vaginal, uma forma rara de câncer, costuma originar-se nas células que revestem a vagina, predominantemente em mulheres com idade acima de 60 anos. Seus sintomas incluem ocorrência de sangramento vaginal atípico, especialmente após atividade sexual ou em mulheres na fase pós-menopausa.

O HPV, transmitido pelo contato sexual, é a principal causa deste tipo de tumor. Ele pode causar alterações genéticas nas células da região de forma que elas se tornem células cancerígenas.

Cânceres ginecológicos: principais causas

O papilomavírus humano (HPV), transmitido pelo contato sexual, é a principal causa dos cânceres de colo do útero, vulva e vagina. Ele pode causar alterações genéticas nas células da região de forma que elas se tornem células cancerígenas. 

No Sistema Único de Saúde (SUS), o imunizante está disponível para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Para adultos, só na rede particular. Há também a opção da vacina NONAvalente, que protege de nove sorotipos do HPV. A vacina do SUS é a quadrivalente e protege contra somente quatro sorotipos, que são os principais na gênese de doenças associadas ao HPV (6, 11, 16 e 18).

Em todos os casos, a informação e a educação são as melhores aliadas na prevenção. Consultas médicas regulares, exames de rastreamento e a adoção de um estilo de vida saudável são passos essenciais para garantir a saúde ginecológica. A conscientização não apenas salva vidas, mas também capacita as mulheres a cuidarem de sua saúde de maneira proativa e informada.

A importância do ginecologista oncológico no tratamento

Uma vez identificados, esses tipos de cânceres podem ser tratados por um especialista em ginecologia oncológica, capacitado para exercer ações e procedimentos de alta complexidade – tais como os cirúrgicos – bem como acompanhar a paciente em seu tratamento. 

“O tratamento dos cânceres ginecológicos vão desde um tratamento cirúrgico, como também quimioterapia, radioterapia e até imunoterapia, uma modalidade bem moderna e que dá bons resultados para alguns tipos”, explicou o ginecologista oncológico, Marcos Maia.

Ainda de acordo com o especialista,  o Ginecologista Oncológico tem a capacidade técnica de prescrever o melhor tratamento. Às vezes, é indicada uma quimioterapia antes da cirurgia, como nos casos de câncer de ovário. Outras vezes, já vai direto para a cirurgia. Em outros casos, o procedimento cirúrgico nem é indicado a princípio. A paciente pode se beneficiar muito com apenas radio e/ou quimioterapia.

O tratamento envolve muitas coisas, inclusive o estadiamento da doença. Trata-se da extensão do tumor, o perfil clínico da paciente, se ela está bem de saúde, se tem alguma comorbidade. Mas tudo isso é conversado com ela e, às vezes, com a família também, para que haja a indicação do melhor protocolo”, finalizou o especialista.

Como prevenir os cânceres ginecológicos?

Cerca de 30 mil mulheres no Brasil recebem o diagnóstico de cânceres ginecológicos todos os anos, de acordo com o Inca. Outra medida preventiva indispensável, segundo Marcos Maia, é manter os exames ginecológicos em dia.

“Ainda que não sintam nada, as mulheres precisam fazer os exames regularmente. Isso porque esse hábito contribui, inclusive, para detectar a doença em sua fase inicial, o que aumenta consideravelmente as chances de cura e de um tratamento menos invasivo”, destacou o médico.

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