Câncer no quadril: conheça os sintomas, causas, tratamento e mais
Recentemente, a morte da jornalista Suzana Naspolini mobilizou a internet, que lamentou a perda precoce da profissional. Aos 50 anos, Naspolini foi vítima de um câncer no quadril, especificamente no osso da bacia, do tipo metastático. Além disso, as células malignas atingiram o fígado e a medula óssea, o que dificultou o tratamento da repórter.
Anteriormente, ela havia enfrentado outros tipos de câncer — o de mama foi o mais recente e, talvez, a principal causa dos tumores metastáticos no quadril e em outras áreas.
“Essa situação ocorre com frequência nos tumores de mama e de próstata. Ou seja, quem possui histórico dessas doenças pode voltar a ter o câncer em outras áreas, sobretudo nos ossos. A princípio, o sarcoma de Erwing é o mais comum nesses casos. Como resultado, prejudica o sangue e provoca outros problemas, como a anemia”, explica Veridiana Camargo Melsarc, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
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Quais são os tipos de câncer no quadril?
De acordo com Veridiana, existem dois tipos: o primário “que se desenvolve primeiro em uma determinada região; e os secundários, que têm origem em outro local, mas que são fruto da disseminação das células malignas para outras partes do corpo. Este último tipo é justamente o que acometeu Naspolini e causou sua morte.
Subtipos de tumor no quadril
Sob as classificações primária e secundária, existem os subtipos de câncer no quadril e em outros ossos do corpo. Confira os principais:
Osteossarcoma: segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o tumor ósseo mais comum entre crianças e adolescentes do sexo masculino. Quando o osteossarcoma é metastático ou secundário, o paciente possui câncer de pulmão primário, que se espalha para os ossos — sobretudo o das pernas (fêmur, tíbia e região proximal de úmero, por exemplo).
Condrossarcoma: Veridiana afirma que esse tipo de câncer geralmente afeta pacientes mais idosos. A princípio, costuma se desenvolver em cartilagens, mas pode se instalar em qualquer osso do corpo, como no da pelve (quadril). Além disso, 90% dos casos de condrossarcoma são do tipo primário.
Sarcoma de Ewing: outro tumor que prejudica pacientes mais jovens, com média entre 10 e 25 anos. Também pode atingir qualquer osso do corpo, com incidência maior na diáfise, que corresponde à parte maior dos ossos longos. O sarcoma de Ewing tem como principal característica o tamanho, ocupando grandes extensões da área afetada. Por fim, pode ser tanto primário como secundário. Todavia, o tipo metastático é mais recorrente.
Tumor de células gigantes: ao contrário dos demais, o tumor de células gigantes pode ser benigno e sem riscos de circular para outras partes do corpo. Portanto, ele não é considerado um câncer, mas é capaz de causar complicações no indivíduo se for muito grande. Na maior parte dos diagnósticos se aloja na extremidade dos ossos, incluindo os do quadril.
Sintomas do câncer no quadril
Dependem bastante do subtipo. Contudo, Veridiana explica que os sintomas gerais envolvem “dificuldade para andar, sentar-se, dor nas áreas acometidas e, em alguns pacientes, compressão na coluna que aumenta a restrição da mobilidade”.
Diagnóstico do câncer no quadril
Requer exames de imagem associados à análise dos sintomas e do histórico do paciente. Em conjunto, essas informações ajudam a fechar o diagnóstico, tipo e subtipo do câncer no quadril ou em outros ossos. Dentre os exames, incluem ressonância magnética, raio-X e tomografia computadorizada.
Os testes laboratoriais também são importantes para identificar quadros de anemia. De acordo com a especialista, a condição ocorre com frequência em tumores metastáticos nos ossos, pois as células malignas acessam a corrente sanguínea e comprometem o sangue.
Tratamento
Varia conforme o diagnóstico (localização, tipo, subtipo, tamanho…). “Se for metastático, como o de Suzana, o prognóstico é ruim, pois o câncer invadiu a medula óssea. Dessa forma, precisa realizar transfusões de sangue frequentes, quimioterapia, administrar medicamentos para estimular as células de defesa da medula. Inclusive, pode se fazer radioterapia para controlar ou reduzir o tamanho do tumor”, aponta Veridiana.
Entretanto, a cirurgia pode ser um recurso complexo em diagnósticos de metástase no osso. “Pode acontecer de a radioterapia não ser suficiente para conter o tumor. Nesse sentido, a cirurgia é uma opção, mas há riscos. Afinal, há mais chances de sangramentos e hemorragias, por exemplo”, alerta.
Afinal, quais as chances de cura?
Infelizmente, tumores metastáticos nos ossos, como os de Suzana, possuem poucas expectativas de cura. O motivo é que a maioria deles cai na corrente sanguínea e, assim, torna-se um desafio combater a multiplicação das células malignas.
Então, o cuidado se destina ao controle da doença com as terapias citadas acima. Com os tratamentos corretos, é possível frear o desenvolvimento da enfermidade, controlar os sintomas e prolongar o tempo de vida do paciente.