Amamentação contribui com o desenvolvimento da fala e mastigação. Entenda
Com benefícios amplamente comprovados pela ciência, não restam dúvidas que a amamentação é a melhor opção, tanto para a saúde do bebê, quanto da mãe. Mas além disso, você sabia que o aleitamento também contribui para o despertar da fala nos bebês?
Conforme o Dr. Gilberto Ferlin, otorrinolaringologista e foniatra do Hospital Paulista, essa interação entre mãe e filho é pré-requisito importantíssimo para garantir a chamada “eclosão da fala” no devido tempo. Isso porque o ato de mamar favorece o desenvolvimento das musculaturas da boca, face e mandíbula, além de estimular o crescimento ósseo dessas estruturas do corpo. Saiba mais a seguir.
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Amamentação contribui com o desenvolvimento da fala e mastigação
O aleitamento proporciona o desenvolvimento adequado, tanto muscular como osteo dentário, além da coordenação decorrente da maturação neurológica típica, explica o médico. Esse é o período em que se estabelecem as primeiras interações entre o bebê e o nosso meio, iniciando o que virá a ser a cognição dessa criança.
Por outro lado, a fala também é um dos fatores beneficiados pela amamentação, já que o processo de sugar o leite exige a coordenação entre a língua, os lábios e os músculos da mandíbula. Esses movimentos complexos ajudam a fortalecer os músculos orais, que desempenham um papel fundamental na produção dos sons da fala.
O desenvolvimento e o fortalecimento desses músculos desde cedo podem ter um impacto positivo na articulação das palavras mais tarde. Dessa forma, Dr. Ferlin reforça a importância de manter esse elo nos primeiros 24 meses de vida, a exemplo do que preconiza a OMS.
“Após os seis meses de vida, o recomendável é que a amamentação seja mantida de forma mista. Ou seja, com a introdução de outros alimentos, se possível, até o segundo aniversário da criança ou após. Além da eclosão da fala no devido tempo, já há estudos que apontam que essa interação também contribui para o desenvolvimento das habilidades linguísticas e inteligência não-verbal ao longo da infância”, destaca o médico.
Outros benefícios da amamentação
Considerado o melhor alimento do mundo, o leite materno é o único capaz de sustentar o bebê até os seis meses de vida. Mas além disso, uma pesquisa divulgada no periódico The Lancet mostrou que a amamentação está associada à diminuição da probabilidade de sobrepeso e/ou obesidade em crianças, e diabetes tipo 2.
A imunidade também é beneficiada. Por ser repleto de anticorpos fundamentais para a saúde e para a resistência do bebê, o leite ajuda na composição de uma microbiota intestinal equilibrada. O que, no futuro, protegerá a criança de possíveis doenças na vida adulta, incluindo a asma.
Por fim, a amamentação também estimula o vínculo entre a mãe e o bebê, além de contribuir com a perda de peso da mulher no pós-parto.
Nem sempre é possível
Contudo, é certo que nem todas as mães têm condições de oferecer, ou mesmo de manter, o período para além das primeiras semanas de vida dos bebês para ter acesso aos benefícios da amamentação. Para esses casos, o recomendado é seguir com acompanhamento especializado para nutrição e orientações profissionais para a mãe, buscando minimizar os prejuízos ao desenvolvimento infantil.
“A mamadeira, embora estimule a sucção da criança e garanta o aporte nutricional satisfatório, não é capaz de prover as interações necessárias para o desenvolvimento da linguagem. As características físicas da mamadeira permitem um padrão de sucção diferente da mama feminina”, explica o especialista.
“Um exemplo disso é a forma como as mães alteram a forma de falar com seus bebês durante a amamentação e os cuidados cotidianos. Com isso, é possível o desenvolvimento das potencialidades infantis, como cognição e afeto, indispensáveis para, no devido tempo, a criança falar”, finaliza.
Fonte: Dr. Gilberto Ferlin, otorrinolaringologista e foniatra do Hospital Paulista.