Automedicação no inverno aumenta e pode trazer riscos à saúde

Saúde
21 de Junho, 2023
Bárbara Shibuya Alves
Revisado por
Enfermeira • Coren-SP 752311
Automedicação no inverno aumenta e pode trazer riscos à saúde

Muitas pessoas adoram o clima frio. Contudo, basta que o inverno bata à porta para ficarmos suscetíveis a doenças e infecções. Por esse motivo, o hábito da automedicação no inverno torna-se mais frequente para amenizar os sintomas de desconfortos causados por gripes, resfriados e doenças respiratórias.

Uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, em parceria com o Datafolha, mostrou que 89% das pessoas tomaram remédios por conta própria em 2022. Ao todo, o estudo ouviu 2.099 pessoas em 151 municípios do Brasil.

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Por que a automedicação no inverno pode trazer riscos à saúde?

Embora pareça uma solução simples, a automedicação pode ser perigosa. Afinal, é capaz de prolongar a recuperação de casos de fácil tratamento e mascarar doenças graves que exigem diagnóstico médico.

Além disso, o uso sem prescrição ou em doses incorretas pode ser ineficaz no combate aos sintomas e atrapalhar a investigação médica. Como resultado, o tratamento adequado demora a acontecer, elevando o risco de complicações.

Sem falar nas chances de interação medicamentosa, que potencializam ou inibem os efeitos dos medicamentos. “Normalmente, o tratamento de resfriados e doenças respiratórias envolve analgésicos simples e soro fisiológico nasal, que dificilmente trarão danos a curto prazo. Entretanto, ao utilizarmos combinações com anti-histamínicos, antialérgicos e vasoconstritores, existem riscos de efeitos colaterais. Por exemplo, intoxicação por posologia inadequada e o surgimento de alergias”, explica a clínica médica do Hospital São Marcelino Champagnat, Maria Fernanda Uady Carvalho.

A automedicação, tanto no inverno como em outras épocas do ano, pode ser especialmente prejudicial para idosos. Eles são mais sensíveis a reações adversas aos remédios por mudanças fisiológicas relacionadas à idade.

“A automedicação também é perigosa porque aumenta o risco de efeitos colaterais indesejados no tratamento dessas condições e doenças crônicas comuns em idosos, resultando em complicações graves ou piora dos sintomas”, complementa a médica.

Orientação profissional para evitar equívocos

Além da importância do diagnóstico médico, os farmacêuticos desempenham um papel útil na orientação sobre o uso correto dos medicamentos.

Eles podem fornecer informações sobre posologia correta, efeitos colaterais, contraindicações e  esclarecer dúvidas sobre medicamentos de venda livre, para otimizar o consumo dos fármacos.

“Exercemos o trabalho de orientar com o intuito de combater a automedicação. Utilizamos a assistência farmacêutica como estratégia para diminuir o uso desnecessário de medicamentos”, explica a farmacêutica da Prati-Donaduzzi, Alyne Blasio de Carvalho.

A farmacêutica ainda comenta que a orientação é a estratégia que os profissionais devem adotar para conscientizar os pacientes sobre os perigos da automedicação no inverno e durante o ano todo.

 

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