Automedicação no inverno aumenta e pode trazer riscos à saúde
Muitas pessoas adoram o clima frio. Contudo, basta que o inverno bata à porta para ficarmos suscetíveis a doenças e infecções. Por esse motivo, o hábito da automedicação no inverno torna-se mais frequente para amenizar os sintomas de desconfortos causados por gripes, resfriados e doenças respiratórias.
Uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade, em parceria com o Datafolha, mostrou que 89% das pessoas tomaram remédios por conta própria em 2022. Ao todo, o estudo ouviu 2.099 pessoas em 151 municípios do Brasil.
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Por que a automedicação no inverno pode trazer riscos à saúde?
Embora pareça uma solução simples, a automedicação pode ser perigosa. Afinal, é capaz de prolongar a recuperação de casos de fácil tratamento e mascarar doenças graves que exigem diagnóstico médico.
Além disso, o uso sem prescrição ou em doses incorretas pode ser ineficaz no combate aos sintomas e atrapalhar a investigação médica. Como resultado, o tratamento adequado demora a acontecer, elevando o risco de complicações.
Sem falar nas chances de interação medicamentosa, que potencializam ou inibem os efeitos dos medicamentos. “Normalmente, o tratamento de resfriados e doenças respiratórias envolve analgésicos simples e soro fisiológico nasal, que dificilmente trarão danos a curto prazo. Entretanto, ao utilizarmos combinações com anti-histamínicos, antialérgicos e vasoconstritores, existem riscos de efeitos colaterais. Por exemplo, intoxicação por posologia inadequada e o surgimento de alergias”, explica a clínica médica do Hospital São Marcelino Champagnat, Maria Fernanda Uady Carvalho.
A automedicação, tanto no inverno como em outras épocas do ano, pode ser especialmente prejudicial para idosos. Eles são mais sensíveis a reações adversas aos remédios por mudanças fisiológicas relacionadas à idade.
“A automedicação também é perigosa porque aumenta o risco de efeitos colaterais indesejados no tratamento dessas condições e doenças crônicas comuns em idosos, resultando em complicações graves ou piora dos sintomas”, complementa a médica.
Orientação profissional para evitar equívocos
Além da importância do diagnóstico médico, os farmacêuticos desempenham um papel útil na orientação sobre o uso correto dos medicamentos.
Eles podem fornecer informações sobre posologia correta, efeitos colaterais, contraindicações e esclarecer dúvidas sobre medicamentos de venda livre, para otimizar o consumo dos fármacos.
“Exercemos o trabalho de orientar com o intuito de combater a automedicação. Utilizamos a assistência farmacêutica como estratégia para diminuir o uso desnecessário de medicamentos”, explica a farmacêutica da Prati-Donaduzzi, Alyne Blasio de Carvalho.
A farmacêutica ainda comenta que a orientação é a estratégia que os profissionais devem adotar para conscientizar os pacientes sobre os perigos da automedicação no inverno e durante o ano todo.