Artrose em mulheres: por que o diagnóstico é maior no público feminino?
Atualmente mais de 15 milhões de brasileiros sofrem com a artrose, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde. A doença caracteriza o desgaste e degeneração das cartilagens que revestem as articulações, como as do joelho. A artrose é mais comum em mulheres, em função de diferentes fatores, conforme explica Claudio Mello, especialista de joelho e quadril. Entenda melhor sobre o assunto.
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Por que a artrose é mais comum em mulheres?
De acordo com o especialista, alterações hormonais, lesões, sobrecarga nas articulações e obesidade são alguns dos motivos que contribuem com o diagnóstico de artrose em mulheres.
“A medicina ainda estuda com profundidade esses fatores de maior prevalência da artrose entre as mulheres. No entanto, já se sabe que as baixas taxas de estrogênio durante a menopausa, um hormônio que desempenha um papel importante de proteção às articulações, contribuem para o risco de diagnóstico precoce da doença”, explica o especialista.
Sobre os demais fatores, como as lesões e sobrecarga nas articulações, Mello aponta a realização de atividades repetitivas como a principal causa para a artrose. “O sobrepeso e a obesidade podem também propiciar o surgimento antecipado dos desgastes. De acordo com um dos últimos levantamentos da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o público feminino lidera os índices de excesso de peso no país. Com o passar do tempo, a condição acarreta a sobrecarga de articulações, como as do joelho”, destaca.
Como as mulheres podem prevenir a artrose
Em alguns casos, a artrose pode ter relações genéticas. Isso porque algumas formações ósseas de quadril e joelho, em caráter hereditário, favorecem o desgaste precoce de suas extremidades. De todo modo, algumas medidas de cuidado podem ajudar a prevenir o diagnóstico prematuro.
Nesse sentido, o especialista ressalta a importância do acompanhamento médico para identificar a predisposição a esses quadros. Além disso, sugere adotar hábitos de vida saudável, envolvendo alimentação e atividades físicas direcionadas por profissionais de saúde.
“A prática de exercícios de baixo impacto, como a natação e a caminhada, podem ajudar a sair do sedentarismo. Além disso, fortalecem a musculatura ao redor das articulações. O controle do peso corporal e a adoção de uma dieta balanceada evitam também o sobrepeso e suas diversas consequências, que podem ir além desses quadros de desgaste. Às mulheres que estão em fase de menopausa, é importante consultar um médico especialista, a fim de avaliar a necessidade da reposição hormonal. O tratamento pode ser considerado para manter os níveis hormonais estáveis e evitar o desenvolvimento da artrose”, detalha Mello.
Quais são os tratamentos para a artrose?
Ainda de acordo com o especialista da Zimmer Biomet, existem vários tratamentos que podem ser indicados pelos médicos aos pacientes que desenvolvem a artrose, como é o caso das fisioterapias, uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, além do repouso e da perda de peso. No entanto, pelo fato de ser uma doença degenerativa, não existe cura, e conforme ela avança em regiões como o joelho, substituir a articulação por uma prótese ortopédica acaba sendo uma saída, principalmente quando outras formas de tratamento já não surtem efeitos.
“À medida que a medicina robótica avança, robôs começam a mudar o universo das artroplastias de joelho. Centrados nos cirurgiões, esses robôs têm permitido otimizar esses tipos de procedimentos, contribuindo para que as cirurgias sejam cada vez mais customizadas, de acordo com a anatomia óssea de cada paciente”, conclui Mello.
Fonte: Dr. Claudio Mello, especialista de joelho e quadril da Zimmer Biomet.