Apendicite em crianças: sintomas, diagnóstico, tratamento e mais

Saúde
31 de Julho, 2023
Bárbara Shibuya Alves
Revisado por
Enfermeira • Coren-SP 752311
Apendicite em crianças: sintomas, diagnóstico, tratamento e mais

A apendicite é uma inflamação que afeta o apêndice, um pequeno órgão que integra o intestino grosso. Embora seja mais comum em adultos, a apendicite pode atingir as crianças, mas a recomendação é a mesma: buscar ajuda médica imediata assim que surgirem os primeiros sintomas. Afinal, a condição é perigosa devido ao risco de ruptura ou perfuração do órgão inflamado. 

A seguir, aprenda a reconhecer um possível quadro de apendicite em crianças, como funciona o tratamento e outras informações importantes. 

Veja também: Como evitar a gordura no fígado em crianças?

Primeiro, o que é a apendicite?

Todos nós carregamos o apêndice, um pequeno órgão que faz parte do trato gastrointestinal. No começo deste artigo, explicamos que ele fica bem próximo do intestino grosso, e possui o tamanho de um dedo humano.

Sua função é auxiliar a produção de bactérias benéficas do intestino. Além disso, o apêndice contêm células linfoides, que desempenham um papel importante no sistema imunológico.

No entanto, o órgão pode ficar suscetível a obstruções que favorecem infecções potencialmente graves. Não existe uma única causa para o problema, mas as mais frequentes são o acúmulo de fezes e gordura. 

Outro motivo são doenças gastrointestinais e tumores que podem prejudicar o apêndice. Como resultado, a região fica bastante inflamada e causa dores incômodas no indivíduo. 

Sintomas da apendicite em crianças

Os sinais em crianças são bem parecidos com os da apendicite em adultos. A dor abdominal é o primeiro sintoma que exige atenção dos pais ou responsáveis. O desconforto pode começar na área perto do umbigo, e se “movimenta” para outros locais da barriga. Por exemplo, o incômodo se desloca para parte direita e inferior do abdômen. 

Ao contrário dos adultos, os pequenos podem sentir a dor generalizada, e têm dificuldades para apontar a origem ou área mais sensível. Sobretudo crianças mais novas, com idades entre 2 e 3 anos. 

Por isso, é essencial observar o estado de saúde do pequeno paciente: a falta de apetite acompanhada de enjoos, vômitos e inchaço abdominal são uma forte evidência de que a criança precisa de ajuda médica. Febre é outro sintoma característico nesse contexto. Em alguns casos, ocorre diarreia, sem muitas idas ao banheiro, mas com fezes com a textura bastante alterada. 

Diagnóstico

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a descoberta da apendicite pode ser difícil em pacientes infantis, pois os sintomas são bem parecidos com outras doenças gastrointestinais.

A pergunta que os especialistas costumam fazer é sobre a ordem dos sintomas, algo que facilita o descarte de outras hipóteses. A apendicite provoca dores antes dos demais inconvenientes. 

Além do exame clínico envolvendo o toque abdominal pela equipe médica, podem ser necessários outros testes para comprovar o diagnóstico. 

Ultrassonografia, raio-X, tomografia do abdômen, exames laboratoriais e alguns mais invasivos, como a laparoscopia, podem ajudar a confirmação da apendicite.

Tratamento

Para solucionar o problema, a maioria dos casos requer a remoção do apêndice por meio de cirurgia, chamada apendicectomia. A intervenção é simples e apresenta o mínimo risco de complicações. Após o procedimento, a criança fica em observação por dois ou três dias e, então, recebe alta médica. 

Antes da apendicectomia, a equipe médica aplica antibióticos por meio de acesso intravenoso, a fim de controlar a infecção bacteriana. 

Porém, alguns médicos adotam a conduta de administrar os antibióticos antes de indicar a cirurgia, se o apêndice não possui sinais de rompimento. Se os medicamentos surtirem efeito, a possibilidade cirúrgica é excluída. 

Em contrapartida, a probabilidade de adquirir uma nova infecção permanece. Por isso, a cirurgia ainda é a melhor opção para evitar recorrências. 

Como deve ser o pós-operatório da cirurgia?

Nas primeiras 24 horas, inicia-se com dieta líquida. O paciente deve ter cuidado ao levantar-se da cama e andar pela casa. Essas atividades precisam ser feitas de forma leve. Além disso, carregar peso ou fazer atividade física são atividades que precisam ser ignoradas. 

Já em relação a dieta, ela precisa ser fracionada, ou seja: consuma menores quantidades em cada refeição. É fundamental deixar claro que o intervalo da alimentação não pode ultrapassar quatro horas. 

No cardápio, recomenda-se evitar frituras, alimentos gordurosos, condimentos, carnes suínas ou doces. Dessa forma, a tendência é que a recuperação ocorra com mais velocidade. 

Perguntas frequentes

Por que a apendicite em crianças pode ser grave?

Assim como nos adultos, a apendicite infantil tem o risco de provocar infecção generalizada (sepse). Isso acontece porque o apêndice aumenta o tamanho pelo processo inflamatório e fica carregado de bactérias. 

Se houver rompimento ou perfuração do órgão, as bactérias se disseminam para outros lugares do corpo, uma situação gravíssima que pode matar qualquer paciente. Portanto, o atendimento médico precisa ser ágil no diagnóstico e na intervenção para atender indivíduos com o apêndice rompido. 

Existe uma faixa etária mais sensível à apendicite?

Não existe uma regra para o desenvolvimento da apendicite. Todavia, a Sociedade Brasileira de Pediatria alega que as crianças de 8 a 14 anos estão mais sujeitas à infecção. 

Fonte: Glaucia Finotti, pediatra do Hospital Santa Catarina.

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