Anticoncepcional injetável: o que você precisa saber
A camisinha e a pílula são os métodos contraceptivos mais conhecidos da população. Porém, existe outro tipo que vem ganhando cada vez mais destaque e deixado a famosa dupla pra trás: o anticoncepcional injetável.
O motivo de tanta popularidade pode ser resumido em uma palavra – praticidade. Para se ter uma ideia, ao contrário da pílula que exige lembrete diário, existem anticoncepcionais injetáveis que demandam uso apenas uma vez a cada três meses. E para saber se o método pode ser uma boa ideia para você, continue a leitura.
O que é anticoncepcional injetável?
Como o nome sugere, trata-se de um contraceptivo que será administrado por injeção, no caso via intramuscular. E existem dois tipos: o injetável mensal e o trimestral. A primeira opção exige uso a cada 30 dias e é um método combinado. Pois, é composto por dois hormônios – estrogênio e progestagênio. Já o injetável trimestral é usado a cada três meses e contém apenas um progestagênio, mais especificamente o medroxiprogesterona.
E além da melhor frequência, esses contraceptivos se destacam pela sua composição. Quando falamos nos injetáveis mensais, eles são feitos de estrogênios naturais (enantato de estradiol, valerato de estradiol e cipionato de estradiol). Diferente da maioria das pílulas do mercado, que são sintéticas, e isso consiste em um perfil metabólico mais adequado.
Já o anticoncepcional injetável trimestral, embora não contenha um composto natural, também oferece bastante segurança. Além disso, outra vantagem aqui é que algumas mulheres podem ter contraindicação para uso de estrogênio, de forma que esse contraceptivo (feito apenas de progestagênio) se destaca como uma opção.
Para completar, mais uma vantagem do anticoncepcional injetável é a eficácia: se usada corretamente, tanto a opção mensal como a trimestral chega a 99,7% de chance de sucesso. Ou seja, quase não tem erro. Mas, mesmo em caso de uso típico (considerando possíveis atrasos), as chances de falha ficam na beira dos 5% segundo a literatura.
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Como eles são aplicados?
A aplicação de qualquer anticoncepcional injetável deve ser feita pelo médico ginecologista no consultório, com algumas particularidades de acordo com o tipo como:
- Anticoncepcional injetável mensal: na primeira vez, ele deve ser utilizado dentro dos cinco primeiros dias após o início da menstruação. A partir da segunda vez, a administração será feita a cada 30 dias, podendo ter um atraso ou adiantamento de dois dias.
- Anticoncepcional injetável trimestral: a primeira vez também deve ser feita durante a menstruação (e mulheres que amamentam ou puérperas são outros grupos que podem fazer uso dele). A injeção será feita a cada 90 dias.
Há efeitos colaterais?
Eles podem acontecer. Mas, o mais comum é o sangramento anormal – estima-se que mais ou menos 10% das mulheres tenham um sangramento irregular no início do uso, mas que tende a melhorar ao longo do tempo. Nesse aspecto, muitas usuárias do injetável mensal, por exemplo, relatam o adiantamento da menstruação (em geral ele encurta um pouquinho o ciclo).
Outros efeitos que podem ocorrer são dores de cabeça e nas mamas. Agora, diferentemente da pílula, a mulher não sente náusea, uma vez que o anticoncepcional injetável não passa pelo estômago, eliminando incômodos como enjoos.
Contraindicações para uso de anticoncepcional injetável
Se formos pensar em faixa etária, grupos específicos, não há contraindicação. Contudo, o que vale pontuar é que no caso do injetável mensal, por conter estrogênio, ele não deve ser utilizado por mulheres com contraindicação para uso da pílula. Entre elas estão fumantes com mais de 35 anos, hipertensas e quem tem histórico de trombose.
Assim, caso você deseje fazer uso de um anticoncepcional injetável, a orientação é se consultar com um ginecologista, que poderá avaliar se há alguma restrição para o método e passar todas as recomendações necessárias.
Por fim, é importante lembrar que o anticoncepcional injetável atua prevenindo a gravidez. Mas, o uso da camisinha continua necessário contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Dessa maneira, não se descuide!
Fonte: Rogério Bonassi Machado, ginecologista (CRM 63798 SP – RQE 60701) e presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).