Alveolite: o que é, sintomas, causas e tratamento
Seja por uma complicação infecciosa, ou pela presença de um dente do siso, é comum que um dos procedimentos mais buscados na hora de ir ao dentista seja a extração. Mas, se o procedimento não ocorrer de forma cuidadosa, ela pode ocasionar em um problema de saúde preocupante: a alveolite.
Esse processo inflamatório acaba infectando a formação e a retenção de coágulo na região bucal, acometendo as porções ósseas mais superficiais do alvéolo dentário. Esse alvéolo é a cavidade do osso que dá suporte às raízes dos dentes nas arcadas dentárias.
Ela é uma das complicações pós-operatórias mais frequentes após a extração de dentes permanentes, e sua etiologia ainda não é completamente clara pela ciência.
Causas
Sabe-se, porém, que alguns fatores podem aumentar as chances para a instalação deste quadro, como por exemplo:
- Perda prematura do coágulo sanguíneo
- Deficiências no sistema imunológico do paciente (imunossuprimidos)
- Presença de infecção próximo ao local operado
- Trauma inerente ao processo de extração
- Tabagismo
- Uso de contraceptivos orais
- Higienização inadequada por parte do paciente
Sintomas de alveolite
Entre os sinais mais relatados por pacientes com alveolite, a dor forte e irradiada em torno do local em que foi feita a extração é a mais evidente. Além disso, a presença de mau hálito e, possivelmente, um gosto ruim na boca também podem ser prevalentes.
Mas, normalmente, tais sintomas costumam aparecer entre o segundo e o quinto dia após a realização do procedimento cirúrgico, e são capazes de se agravar com o passar do tempo, se não forem tratados.
Contudo, estima-se, ainda, que exista uma maior incidência de alveolite em pacientes imunocomprometidos, fumantes, mulheres que fazem uso de contraceptivos orais e que portadores de diabetes.
Diagnóstico e tratamento para alveolite
O diagnóstico deve ser realizado por meio de um exame clínico. Ou seja, feito pelo cirurgião-dentista e incluindo a investigação dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, como dor severa e ausência de coágulo.
Mas, felizmente, existe um tratamento para a alveolite. Ele costuma ser feito principalmente à base de antibióticos e analgésicos, podendo ser necessária a realização de irrigação com soro fisiológico.
Eventualmente, também mostra-se necessária uma leve curetagem, que é a colocação de medicamentos diretamente no local (alvéolo), e a possível aplicação de laser terapêutico, para auxiliar na analgesia e bioestimulação celular.
Além disso, as medidas terapêuticas podem variar de caso para caso, dependendo da situação clínica apresentada, norteando a conduta mais adequada realizada pelo cirurgião-dentista.
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Prevenção
De maneira geral, é importante manter os cuidados com a saúde sempre em dia, para ter uma ótima resposta do sistema imunológico. No período pós-operatório, vale observar atentamente a ingestão dos medicamentos no horário e quantidade adequada, com especial atenção aos antibióticos.
Por fim, é importante seguir todas as orientações pós-operatórias, incluindo a correta higienização bucal.
Fonte: Sidney Neves, cirurgião-dentista especialista e mestre em irurgia e traumatologia bucomaxilofacia com graduação em Odontologia pela Universidade de Santo Amaro. Vice Presidente eleito na APCD – Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – Central e Coordenador de Cursos em Cirurgia na FAOA – Faculdade de Odontologia da APCD.