Alterações no comportamento alimentar comuns no diabetes tipo 2

As alterações no comportamento alimentar podem ser uma realidade difícil de  enfrentar para muitas pessoas que vivem com diabetes tipo 2. Comer desordenado e  restrição calórica excessiva são apenas dois exemplos de desafios que podem surgir  nessa jornada. 

Enquanto alguns lutam contra episódios de compulsão alimentar, outros se  encontram presos em um ciclo de restrição severa de calorias. Essas alterações podem  ter um impacto significativo no manejo do diabetes tipo 2, dificultando o controle  glicêmico e afetando a saúde física e emocional. No entanto, é importante reconhecer  que existem estratégias e apoio disponíveis para ajudar aqueles que enfrentam essas  dificuldades. Através do conhecimento, apoio profissional e um foco no equilíbrio e  autocuidado, é possível encontrar uma abordagem saudável para a alimentação e o  diabetes tipo 2. 

Os tipos mais comuns de comportamentos alimentares desordenados em  pessoas com diabetes tipo 2 incluem: 

• Compulsão alimentar: é caracterizada por episódios de ingestão excessiva de  alimentos, muitas vezes acompanhados por sentimentos de culpa e vergonha.  pode levar a picos de glicose no sangue, dificultando o controle da doença. 
• Restrição calórica excessiva: pode levar a uma relação disfuncional com a comida,  desequilíbrios nutricionais e dificuldade no controle glicêmico. pode resultar em  flutuações glicêmicas, falta de energia e dificuldade na perda de peso. 
• Obsessão com a contagem de carboidratos: pode criar uma visão restritiva dos  alimentos, interferindo no prazer da alimentação e dificultando a adesão ao  plano alimentar. pode gerar ansiedade em relação à alimentação e interferir na  qualidade de vida. 

Estudos mostram que pessoas com diabetes tipo 2 têm maior risco de  desenvolver transtornos alimentares em comparação com a população em geral.  Estima-se que aproximadamente 30% das pessoas com diabetes tipo 2 também  apresentem sintomas de transtornos alimentares, como compulsão alimentar, restrição  severa de calorias ou preocupação excessiva com a forma corporal e o peso. 

É importante ter os seguintes comportamentos como pontos de atenção para  alterações no comportamento alimentar no contexto do diabetes tipo 2: 

• Restrição calórica excessiva: Uma preocupação excessiva com a contagem de  calorias, evitando alimentos ricos em calorias ou grupos alimentares inteiros. o Obsessão com a contagem de carboidratos: Uma fixação em contabilizar e limitar  rigorosamente a ingestão de carboidratos, muitas vezes levando a escolhas  alimentares restritivas. 
• Sentimentos de culpa e vergonha em relação à alimentação: Sensação de  remorso após comer certos alimentos ou quantidades consideradas “proibidas”  ou “excessivas”. 
• Flutuações frequentes nos níveis de glicose no sangue: Oscilações anormais nos  níveis de açúcar no sangue devido a padrões alimentares irregulares e  desequilibrados. 
• Preocupação excessiva com o peso corporal: Uma preocupação constante e  desproporcional com a aparência física e o número na balança. 
• Isolamento social: Evitar situações sociais relacionadas à comida por medo de  perder o controle ou ser julgado. 
• Baixa autoestima: Sentimentos negativos em relação ao corpo e à imagem  pessoal, muitas vezes associados a comparações com os outros. 
• Ansiedade em torno da alimentação: Sentimentos intensos de ansiedade, medo  ou angústia relacionados a escolhas alimentares e controle glicêmico.
• Comportamentos compensatórios inadequados: Tentativas de compensar  excessos alimentares, como restrições alimentares extremas ou práticas de  exercícios excessivos. 

Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais e sintomas, é  importante buscar ajuda profissional de um médico, nutricionista, psicólogo ou  endocrinologista especializados em diabetes e transtornos alimentares. Esses  profissionais podem oferecer suporte e orientação adequados para um manejo efetivo  tanto do diabetes tipo 2 quanto das alterações no comportamento alimentar. Apesar de  ser um processo complexo, com as estratégias certas e o suporte adequado, é possível  alcançar uma vida mais equilibrada e saudável. 

Referências: 

1. Herpertz S, Hagenah U, Vocks S, et al. The diagnosis and treatment of eating  disorders in diabetes: Issues and implications. Zeitschrift für Psychosomatische  Medizin und Psychotherapie. 2017;63(4):364-382. 
2. Powers MA, Richter SA, Ackard DM, et al. Eating disorders and diabetes:  Screening and implications for management. Diabetes Spectrum.  2017;30(3):199-207. 
3. Goebel-Fabbri AE. Disturbed eating behaviors and eating disorders in type 1  diabetes: Clinical significance and treatment recommendations. Current  Diabetes Reports. 2009;9(2):133-139.