Alopecia juvenil: causas e tratamentos da doença na adolescência

Saúde
13 de Julho, 2022
Alopecia juvenil: causas e tratamentos da doença na adolescência

Falar sobre cabelos é, muitas vezes, falar sobre a autoestima de alguém. E quando o assunto é alopecia juvenil, parece que essa questão fica ainda mais latente, afinal, todos já fomos adolescentes e sabemos como pode ser complicado somar as dores dessa fase com uma queda excessiva dos fios. 

“Alopecia juvenil é um termo utilizado para doenças do cabelo que se manifestam precocemente na adolescência ou início na vida adulta”, explica a dermatologista e especialista em tricologia Ana Carina Junqueira. “Costuma ter origem genética (alopecia androgenética), mas pode ter origem autoimune (alopecia areata) ou ser reacional (eflúvio telógeno).”

Sintomas

Considerando que a alopecia pode ter três causas diferentes, é interessante notar que a sua manifestação pode variar de acordo com a motivação. Se for por causas genéticas, explica a médica, a alopecia juvenil começa a se manifestar com o afinamento difuso dos fios e com a rarefação do topo do cabelo nas meninas e das entradas nos meninos. 

“Se for autoimune, comumente se manifesta como áreas circulares totalmente sem cabelo (falhas delimitadas). E, se for uma queda reacional, se manifesta com aumento abrupto e significativo de fios caindo, culminando com perda de volume capilar.”

Como tratar a alopecia juvenil? 

Mais uma vez, voltamos à definição dessa condição: como pode ter três motivações diferentes, os tratamentos também podem variar. Para as alopecias do tipo reacional, deve-se investigar as causas com exames laboratoriais e uma boa anamnese (por exemplo, se ocorreu também uma perda de peso considerável ou se há problemas na tireoide). Assim, é necessário realizar um tratamento integral de todo esse quadro.

“Se for genética, há tratamentos que pausam a progressão da doença, como a finasterida, a bicalutamida e a dutasterida, além de estimulantes de crescimento como o minoxidil”, diz a dermatologista. “Já se for autoimune, o principal tratamento consiste no uso de anti-inflamatórios do tipo corticoide”. 

Apesar das causas variadas, é possível evitar a progressão e até o surgimento de alguns tipos de alopecia juvenil. Manter hábitos de vida saudáveis, com alimentação regrada, sobretudo, a proteínas, frutas e verduras, práticas de atividade física regulares e boa qualidade de sono são muito importantes. Também é interessante manter na rotina atividades como a meditação e o yoga, que ajudam no controle do excesso e da ansiedade

Leia também: Alopécia areata: O que é, sintomas e tratamento

Cuidados com o cabelo

Isso sem contar os cuidados diretos com o cabelo, como lavar os fios frequentemente, evitar processos químicos em excesso, e cuidar com o uso de medicações, em especial os hormônios (como é o caso da pílula anticoncepcional), que podem exercer um impacto negativo no ciclo do cabelo. “Seu uso só deve ser realizado sob supervisão médica, pois podem acelerar o desenvolvimento de uma alopecia juvenil”, explica. 

Todos esses cuidados têm efeitos a longo prazo, assim como a falta deles. Não cuidar desde cedo de uma alopecia juvenil pode ter impactos permanentes no cabelo e na autoestima desses jovens. 

“Se a alopecia for reacional, ao se controlar e tratar a doença de base, a queda cessa. Porém, se for genética ou autoimune não existe cura definitiva, mas existe, sim, uma estabilização da doença e melhora do quadro clínico. Com o tratamento adequado a alopecia para de progredir e a maioria dos fios se recuperam.”

Fonte: Ana Carina Junqueira, dermatologista e especialista em tricologia

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