Álcool e demência: estudo aponta possível relação benéfica
O campo do declínio cognitivo e da demência é bastante explorado pela ciência, sempre em busca de pistas que levem ao motivo de doenças como o Alzheimer. Um dos levantamentos mais recentes sobre o tema aponta uma possível relação benéfica entre álcool e demência. Realizado pela UNSW Sidney, da Austrália, o estudo avaliou o comportamento de 25 mil pessoas participantes de outras pesquisas epidemiológicas. Os pesquisadores se debruçaram sobre o hábito do consumo de álcool: pessoas que não bebiam, que ingeriam álcool moderadamente e que haviam parado de beber, por exemplo.
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Como foi feita a relação entre álcool e demência?
A princípio, os cientistas compararam os perfis dos participantes e a quantidade de álcool que ingeriam. Dependendo da quantidade, o álcool reduziu em até 38% o risco de declínio cognitivo, que pode levar à demência. A comparação que chegou a esse resultado envolveu consumidores esporádicos de álcool e pessoas que não bebem. Outro fator foi a idade: os cientistas notaram a vantagem em indivíduos com 60 anos ou mais. Além disso, concluíram que até 40 gramas diários de álcool podem reduzir a degeneração cognitiva.
Estudo não deve servir de incentivo ao consumo de álcool
Embora a análise apresente dados interessantes sobre álcool e demência, a ciência desaconselha o excesso de bebidas alcoólicas. Afinal, se seguir a lógica do estudo, que indica 40 g diárias de álcool, a quantidade equivale a quatro latas de cerveja. O abuso da substância é um fator de risco para doenças cardiovasculares, hepáticas e alguns tipos de câncer. Outros estudos anteriores apontam que beber mais do que duas latinhas pode, inclusive, incentivar o consumo desenfreado de álcool. Como resultado, existe o risco de aumentar a incidência de alcoolismo, doença crônica que provoca danos físicos, sociais e psicológicos à pessoa.
É possível prevenir a demência?
Já que a relação entre álcool e demência é controversa, será que é possível evitar a condição? Infelizmente, não existem hábitos ou medidas que blindem o indivíduo contra a degeneração. O motivo é que a demência está relacionada a diversas circunstâncias, como histórico familiar, predisposição genética e idade.
Em contrapartida, alguns fatores são evitáveis. O estilo de vida, por exemplo, tem extrema influência no desenvolvimento de enfermidades do sistema nervoso. Portanto, seguir uma alimentação equilibrada com rotina de exercícios, controlar o estresse e fazer atividades que estimulam a memória podem auxiliar na prevenção da demência e demais complicações de saúde.