Ajudar o próximo faz bem: estudo mostra benefícios do gesto à saúde
A pandemia de COVID-19 afetou gravemente a todos. Sobretudo os idosos que, por serem mais vulneráveis à infecção, enfrentaram restrições severas de contato para conter a propagação da doença. Mas, neste cenário, quem se lembra do valor que deu quando viu alguém ajudar o próximo diante no caos instalado no mundo? Pequenos gestos, como fazer compras no mercado para evitar a saída de idosos, fizeram toda a diferença.
Com o objetivo de avaliar o impacto dos atos de bondade à saúde, o Einstein realizou uma pesquisa e descobriu que fazer o bem só faz bem.
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Como a pesquisa investigou os efeitos de ajudar o próximo?
A pesquisa foi realizada com voluntários, colaboradores e residentes do Residencial Israelita Albert Einstein (RIAE), criado para cuidar dos idosos. Como base, o estudo usou um projeto de pré-teste e pós-teste dentro do mesmo grupo para identificar se haveria uma diferença.
A primeira rodada de coleta de dados ocorreu antes do retorno das atividades lideradas por voluntários; já e a segunda rodada, logo após um mês de retorno. Ao todo participaram das duas etapas 79 pessoas, sendo 29 residentes, 27 voluntários e 23 colaboradores do RIAE.
“Nosso objetivo foi evidenciar de forma científica se realmente ajudar o próximo faz bem e conseguimos”, afirma Carla Patrícia Grossi, coordenadora assistencial do Residencial.
Fazer o bem impactou na autoestima e na qualidade de vida
Como resultado, o estudo indicou melhorias após o retorno de um mês em diferentes aspectos da qualidade de vida para os três grupos. Voluntários apontaram melhorias nas relações pessoais (30%); residentes na saúde geral com a volta das atividades (52%); e colaboradores na qualidade de vida (35%).
Além disso, o levantamento contou com a coleta de depoimentos de integrantes dos três grupos. Por exemplo, entre os voluntários, frases como: “Eu me sinto útil. Acho que tudo isso move o meu dia. O trabalho presencial me faz sentir útil. Minha autoestima física e emocional disparou. Ajudar os outros me ajuda muito.”
Já entre os colaboradores: “Foi importante porque as rotinas diárias estão voltando ao normal. Percebemos uma menor demanda dos idosos em relação ao atendimento médico. A alegria dos idosos é evidente”.
Por fim, entre os idosos residentes: “Passei a interagir mais com as pessoas e melhorei meu bem-estar físico. Conhecer pessoas foi importante. Logo após o retorno, passamos a fazer pizza aos sábados para reunir e contar histórias.”
Atualmente, o RIAE tem 114 idosos com idades entre 63 e 105 anos, e conta com uma equipe multidisciplinar de 269 profissionais.
“Estamos falando de um lugar acolhedor, com moradores com muitas histórias e uma força de vida muito grande. Ter uma restrição de contato foi difícil para eles e todos nós, mas resgatar o que tínhamos nos mostrou a grandeza que é viver, trocar e a ajudar o outro”, finaliza Telma Sobolh, presidente do Voluntariado Einstein.
O grupo conduz atividades culturais, de entretenimento e acolhimento, oferecendo opções de lazer e proporcionando um cotidiano saudável aos que ali residem.