Bolsa rota:  o que é, por que acontece e o que deve ser feito

O que é a bolsa rota?

De acordo com Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra, a bolsa rota, também chamada de amniorrexe, é o nome dado para quando a membrana (formada pelo âmnio e cório) que protege o bebê e mantém o líquido amniótico dentro da cavidade uterina se rompe, sem que a grávida esteja em trabalho de parto. O fenômeno é facilmente percebido porque uma grande quantidade de líquido começa a ser expelido pela gestante e ela deve procurar pelo pronto-atendimento.

Por que a bolsa  rota acontece?

A amniorrexe costuma acontecer dois motivos. O primeiro é quando alguma bactéria, que estava na vagina, consegue entrar no colo do útero e produz uma irritação no âmnio, levando a sua ruptura. O segundo é quando o colo do útero sofre algum tipo de dilatação. Isso permite que a bolsa amniótica saia de dentro do útero e chegue até a vagina. Ali, a flora vaginal a contamina e, consequentemente, há a ruptura do âmnio.

A bolsa estourou.  E agora?

O modo de agir quando a bolsa rompe varia conforme a idade gestacional da mulher. Caso a grávida viva o episódio de bolsa rota com mais de 34 semanas, a orientação é interná-la e fazer o parto. A via de nascimento do bebê pode ser tanto cesárea quanto vaginal. Neste caso, é feita a antibiótico terapia para não ter risco de infecção do bebê por meio da bactéria Streptococcus, que pode levar a óbito fetal.

Já se a amniorrexe acontecer antes das 34 semanas, a gestante deve ser internada para controle. Neste período, ela será submetida a exames, como o de hemograma, urina, PCR, VHS e passa pela antibiótico terapia também. Tudo isso é realizado para que se estenda o período de gravidez o máximo possível, tentando chegar o mais perto das 34 semanas de gestação.

É possível prevenir a bolsa rota?

De acordo com Carlos Moraes, ginecologista e obstetra, não há nada que possa ser feito diretamente para evitar a ruptura prematura da membrana que envolve a bolsa amniótica. Portanto, o cuidado primordial continua sendo um pré-natal cauteloso para que, diante de qualquer sinal do fenômeno, o obstetra possa agir da forma mais segura tanto para mãe quanto  para o bebê.

Isso, inclusive, dialoga com a orientação de Geraldo sobre a importância de se agir rápido diante da suspeita de uma infecção vaginal. “Neste caso, deve-se fazer um exame de secreção vaginal para tratar a eventual bactéria patogênica que a gestante tenha. Além disso, tem que verificar se o colo do útero não está aberto para que não haja o deslocamento da bolsa para vagina”, finaliza o especialista.