“Quando tive o meu primeiro filho, há 13 anos, acreditava que a melhor maneira de ensiná-lo a comer saudável era garantindo alimentos naturais e nutritivos e restringindo doces, frituras e ultraprocessados", começou Daniel. “Ele foi crescendo. Entrou na escola e passou a conviver com outras crianças que não tinham o mesmo exemplo em casa. Até aí tudo bem. Não há nada de errado nisso. Cada cabeça é um mundo. Até que um dia a minha ficha caiu. Meu filho não podia ver um doce, uma festa de aniversário, que se entupia de açúcar.”
"Era muito rígido em vários aspectos. Percebi que precisava ser flexível. Aprendi que ser saudável vai muito além da comida. Aprendi que toda privação, mais cedo ou mais tarde, acaba levando à compulsão“, completou o nutricionista. “Hoje eu pratico uma nutrição muito mais gentil, amorosa e inclusiva. Sem privação e restrição. Minhas filhas já sabem se relacionar com a comida e naturalmente não exageram.”
Doce para crianças: como encontrar o equilíbrio?
A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde (OMS) não indicam a oferta de açúcar para crianças menores de 2 anos. Antes dessa idade, o ideal é que o pequeno aprenda a apreciar o sabor adocicado de alimentos naturais, como frutas. Depois dessa fase, o consumo de doces por crianças deve ser de: No máximo, 25g de açúcar por dia (equivalente a 240ml de refrigerante ou 40g de chocolate).
Dicas para manter o equilíbrio
>>> Não proíba: vetar os doces na alimentação das crianças pode fazer com que elas sintam ainda mais desejo pelo alimento — e até desenvolvam compulsão alimentar; >>> Açúcar não é recompensa: evite frases como “se você se comportar, te dou um chocolate” ou “você só terá a sobremesa se raspar o prato”; >> Dê bons exemplos em casa: lembre-se que as crianças gostam de imitar os adultos. Portanto, se a família tem uma boa relação com a comida, há grandes chances de o pequeno também ter.