Luto antes da morte: um processo que ajuda a lidar com a perda

Bem-estar Equilíbrio
25 de Abril, 2024
Luto antes da morte: um processo que ajuda a lidar com a perda

Uma despedida nunca é fácil. Muito menos quando a partida é para sempre. Mas ela pode se tornar um pouco mais leve se a pessoa puder dar vazão aos sentimentos de perda e ter uma rede de apoio mesmo durante o luto antes da morte. Nesse sentido, a tristeza por uma doença prolongada e incurável pode ser uma oportunidade de encontrar a paz que muitas vezes falta a quem enfrentou um fim súbito. Encarar esse sofrimento é uma forma de sanar as pendências, de não deixar nada por dizer ou fazer por aquela pessoa que está partindo.

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Luto antecipatório

O luto antecipatório, comum em pacientes que enfrentam doenças terminais e seus familiares, começou primeiramente em mulheres de soldados que iam para a guerra e que passavam a se comportar como viúvas. Ainda assim, o conceito não é consenso entre os especialistas e envolve muitas caracterizações, de acordo com um artigo recém-publicado no periódico científico Palliative Medicine. Na prática, ele também não é facilmente reconhecido pelos profissionais de saúde.

“O luto antecipatório é uma preparação para o processo de luto real e ocorre quando a morte é prevista, como numa experiência de doença grave”, observa Ana Claudia Arantes, médica geriatra do Hospital Albert Einstein com formação especializada em cuidados paliativos.

Isso porque, diante da finitude, a pessoa transita por várias etapas que vão se alternando e que envolvem negação, raiva, barganha, depressão, aceitação. Na maioria das vezes, sem uma ordem e um tempo determinado para cada etapa. “Poder vivenciar isso antes da morte facilita cumprir etapas, desenvolver coragem, força, resolver pendências, amar e se sentir amado”, continua Ana Claudia. Assumir a situação também permite que o paciente deixe orientações sobre suas vontades e seu legado, a forma como gostaria que as pessoas se lembrassem dele.

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Luto antes da morte: Como ajudar?

Por isso, a melhor forma de ajudar quem está vivendo esse processo é saber escutar. “Não se deve fugir ou negar a situação mas, ao contrário, fazer perguntas, estimular que o outro expresse seus sentimentos, medos e angústias”, orienta a médica. O objetivo é que ele possa encontrar as respostas que estão dentro de si mesmo. Então, caso não consiga superar esses sentimentos, vale recomendar um suporte psicológico especializado.

Mesmo que a tristeza seja inevitável, o luto pode ser um poderoso recurso de transformação capaz de dar um novo significado àquela falta. “Trata-se de conseguir transformar a presença física que está partindo em uma presença simbólica. Estar em paz com o legado afetivo, com a construção do relacionamento”, diz Ana. E perceber, depois do adeus, o quanto do amor pela pessoa querida ainda permanece aqui.

Fonte: Agência Einstein

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