Glaucoma pode ter componente autoimune, aponta estudo

Saúde
29 de Julho, 2022
Glaucoma pode ter componente autoimune, aponta estudo

O glaucoma de ângulo aberto, o mais prevalente em caucasianos e negros, pode ter um componente autoimune, sugere um novo estudo coreano publicado no periódico científico Jama Network Open. Os pesquisadores compararam dados de pacientes com e sem artrite reumatoide e constataram que os portadores do problema reumatológico têm também maior risco de glaucoma. A artrite reumatoide é uma doença inflamatória em que o próprio sistema imunológico ataca as articulações.

Glaucoma pode ter componente autoimune: entenda

“O estudo é bastante relevante”, diz o oftalmologista Augusto Paranhos, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Apesar de não mostrar uma relação de causa e efeito nem fechar a questão, ele soma dados para a hipótese desse possível componente autoimune”, completa. Mesmo ajustando dados sobre uso de corticoide, o que poderia distorcer os resultados, os pesquisadores constaram que a incidência de glaucoma foi significativamente maior em portadores de artrite reumatoide.

Sabe-se que pacientes com doença reumatológica têm mais chance de desenvolver problemas como uveíte e olho seco, portanto devem fazer avaliações oftalmológicas regularmente. “É essencial que o oftalmologista investigue história de artrite reumatoide e o reumatologista se atentar para a avaliação oftalmológica”, diz o especialista.

Este não é o primeiro estudo a apontar a possibilidade de o glaucoma ser uma doença autoimune. Uma revisão de estudos publicada na “Clinical & Translational Immunology”em 2020 recebeu o título: “O glaucoma é uma doença autoimune?”. Uma outra revisão, publicada no mesmo afirmou: “O glaucoma é uma doença autoimune”. Mas, ainda assim, as revisões científicas destacam que ainda é preciso de mais estudos e que é cedo para afirmar que todos os casos de glaucoma de ângulo aberto (o mais prevalente) sejam autoimunes.

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O que é glaucoma?

O glaucoma é, sobretudo, uma doença que causa morte das células que fazem a conexão entre o olho e o cérebro, levando à cegueira. Ele é,inclusive, considerado a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Ele ocorre por uma falha no escoamento do líquido interno dos olhos, que acaba elevando a pressão intraocular. Se o nervo óptico for mais suscetível a essa agressão, ele começa, então, a perder células de forma irreversível. Mas é importante observar que existem formas de glaucoma em que a pressão não está elevada, assim como há pacientes com pressões mais altas que nunca desenvolvem glaucoma.

O problema é que a perda é gradual e, por isso, normalmente a pessoa só percebe que tem baixa visão quando já é tarde demais. “Por isso o paciente deve fazer exames regulares mesmo que não tenha queixas, para que não se perca a oportunidade de se tratar a tempo”, enfatiza Paranhos.

Embora não se conheçam bem as causas da doença, sabe-se que pressão alta nos olhos, antecedentes familiares, miopia (para o ângulo aberto), hipermetropia (para o ângulo fechado), idade avançada e raça negra são fatores de risco. O tratamento é feito basicamente à base de aplicações de laser e colírios, além de cirurgias em casos mais graves.

Fonte: Agência Einstein

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