Daniel Cady fala sobre restringir doces para seus filhos
O nutricionista Daniel Cady publicou recentemente um desabafo em seu Instagram sobre a alimentação dos filhos com Ivete Sangalo. Pai de Marcelo, de 13 anos de idade, e das gêmeas Marina e Helena, de 5, ele contou que, por muito tempo, se sentiu culpado por ter restringido doce na dieta das crianças. Mas hoje, enxerga tudo com mais equilíbrio.
“Quando tive o meu primeiro filho, há 13 anos, acreditava que a melhor maneira de ensiná-lo a comer saudável era garantindo alimentos naturais e nutritivos e restringindo doces, frituras e ultraprocessados“, começou Daniel.
“Ele foi crescendo. Entrou na escola e passou a conviver com outras crianças que não tinham o mesmo exemplo em casa. Até aí tudo bem. Não há nada de errado nisso. Cada cabeça é um mundo. Até que um dia a minha ficha caiu. Meu filho não podia ver um doce, uma festa de aniversário, que se entupia de açúcar.”
“Eu me senti muito mal e culpado. Achava que estava fazendo o certo. Não percebia que o problema estava em mim. Era muito rígido em vários aspectos. Percebi que precisava ser flexível. Fiz terapia, procurei ajuda e comecei a estudar e entender a parte comportamental e emocional por trás da alimentação. Aprendi que ser saudável vai muito além da comida. Aprendi que toda privação, mais cedo ou mais tarde, acaba levando à compulsão“, completou o nutricionista.
Para finalizar, ele mostrou uma foto em que aparece entregando duas colheres de doce para as mais novas. “Hoje eu pratico uma nutrição muito mais gentil, amorosa e inclusiva. Sem privação e restrição. Minhas filhas já sabem se relacionar com a comida e naturalmente não exageram.”
Leia também: Mel Maia: atriz inicia dieta com nutricionista. Entenda o tratamento!
Doce para crianças: como encontrar o equilíbrio?
De um lado, os órgãos de saúde alertam para os riscos que o açúcar pode trazer para os pequenos quando consumido precocemente ou de forma exagerada. De outro, há a ideia de que, mais cedo ou mais tarde, a criança entrará em contato com alguma guloseima ou sobremesa — seja por meio de festinhas na escola, de parentes, conhecidos… Como encontrar um equilíbrio nessa história?
Primeiramente, é preciso entender que tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) realmente não indicam a oferta de açúcar para crianças menores de dois anos. Ou seja, antes dessa idade, o ideal é que o pequeno aprenda a apreciar o sabor adocicado de alimentos naturais, como frutas.
Depois dessa fase, o consumo de doces por crianças deve ser controlado: as instituições falam em, no máximo, 25g de açúcar por dia (o equivalente a 240ml de refrigerante ou 40g de chocolate ao leite, por exemplo).
No mais, vale também adotar alguns hábitos em casa para não transformar o doce em um verdadeiro “tabu”:
- Não proíba: vetar todo e qualquer tipo de doce na alimentação das crianças pode fazer com que elas sintam ainda mais desejo pelo alimento — e até desenvolvam compulsão alimentar;
- Não trate o açúcar como recompensa: evite frases como “se você se comportar, te dou um chocolate” ou “você só terá a sobremesa se raspar o prato”;
- Dê bons exemplos em casa: lembre-se que as crianças gostam de imitar os adultos. Portanto, se a família tem uma boa relação com a comida, há grandes chances de o pequeno também ter.