Alimentos gordurosos na infância podem alterar o microbioma por toda a vida

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04 de Maio, 2021
Alimentos gordurosos na infância podem alterar o microbioma por toda a vida

Comer açúcar e alimentos gordurosos na infância pode alterar o microbioma para o resto da vida. E essa mudança permanece mesmo que, mais tarde, o indivíduo aprenda a se alimentar de maneira mais saudável. 

A constatação vem de um novo estudo publicado no Journal of Experimental Biology, que mostrou uma redução significativa no número e na diversidade de bactérias intestinais em camundongos maduros que tiveram uma dieta pouco saudável na juventude. 

“Nós estudamos cobaias. Mas, o efeito que observamos é equivalente ao registrado em quem consome em excesso açúcar e alimentos gordurosos na infância. Assim, o microbioma intestinal continua sendo afetado por até seis anos após a puberdade”, explica o autor do estudo, Theodore Garland, fisiologista evolucionário da Universidade de Califórnia Riverside.

Microbioma é o conjunto de bactérias, fungos, parasitas e vírus que vivem em um ser humano ou animal. A maioria dos microorganismos é encontrada no intestino e ajuda a estimular o sistema imunológico, decompondo os alimentos e colaborando para sintetizar vitaminas essenciais. Dessa maneira, em um corpo saudável, há um equilíbrio entre organismos patogênicos e benéficos. No entanto, se a estabilidade for perturbada – o que pode acontecer pelo uso de antibióticos, doença ou dietas não saudáveis – o corpo pode se tornar vulnerável a doenças.

Alimentos gordurosos na infância: Como funcionou o estudo 

No estudo norte-americano, os pesquisadores procuraram por impactos no microbioma analisando quatro grupos de camundongos. O primeiro foi alimentado com uma dieta saudável padrão. O segundo, com uma dieta menos saudável, seguindo os padrões ocidentais. O terceiro, com acesso a uma roda de corrida para exercícios. O quarto, sem nenhum equipamento para prática de atividades físicas.

Após três semanas, todos retomaram uma dieta padrão e nenhum exercício, retornando ao padrão em que eram mantidos em laboratório. Assim, depois de 14 anos, os cientistas examinaram a diversidade e a abundância de bactérias.

Na análise, foi descoberto que a quantidade de bactérias como a Muribaculum intestinale – envolvida no metabolismo dos carboidratos – foi bastante reduzida no grupo de dieta ocidental (não saudável). Além disso, foi observado que as bactérias intestinais são sensíveis à quantidade de exercícios realizada. A bactéria Muribaculum aumentou em ratos alimentados com uma dieta padrão que tinham acesso a uma roda de corrida. Por outro lado, diminuiu naqueles que tiveram uma dieta rica em gordura, independentemente de terem ou não feito exercício.

Outro efeito destacado pelos autores foi o aumento do número de espécies de bactérias semelhantes após cinco semanas de treinamento em esteira, observado em outro estudo sobre o tema. Na visão deles, isso sugere que o exercício, por si só, pode elevar a presença desses microorganismos. No geral, a pesquisa descobriu que a dieta não saudável no início da vida teve efeitos mais duradouros sobre o microbioma do que os exercícios.

Próximos passos

Segundo Theodore Garland, da UC Riverside, a ideia agora é repetir o experimento e coletar amostras em momentos adicionais com o objetivo de entender quando as mudanças nos microbiomas aparecem pela primeira vez e se elas se estendem até fases posteriores da vida.

Porém, o pesquisador diz que ficou claro que eles tenham sido observados muito tempo depois de mudar a dieta e, em seguida, alterá-la novamente: “Assim, você não é apenas o que come, mas o que comia quando criança!”, afirma Garland. 

(Fonte: Agência Einstein)

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